A Genial Investimentos abordou uma estratégia mais defensiva para a sua carteira de dividendos de junho, mostra um relatório enviado a clientes nesta quarta-feira (5).
A expectativa é que a volatilidade continue impactando negativamente as ações, influenciada por fatores externos como as políticas monetárias dos EUA e internos como a política fiscal brasileira.
Apesar de o Ibovespa (IBOV) apresentar um valuation relativo muito abaixo da média histórica, a cautela permanece. “No pior momento de 2022, a bolsa chegou a negociar a 6x P/L projetado para os próximos 12 meses, 18% abaixo dos níveis atuais”, aponta o analista Ygor Bastos.
Estratégia em dividendos
A estratégia da Genial Investimentos continuará focada em selecionar empresas resilientes, bem posicionadas para superar as adversidades econômicas e capazes de oferecer rendimentos estáveis.
“Estamos atentos às empresas com fundamentos sólidos e capacidade de gerar fluxo de caixa robusto, mesmo em um cenário macroeconômico desafiador”, reforça Bastos.
As mudanças na carteira para junho refletem essa abordagem mais cautelosa.
Para tornar a carteira mais defensiva, a Genial está aumentando a ponderação em ativos com menor beta e maiores ROEs, enquanto reduz a exposição em setores mais voláteis ou com riscos políticos evidentes.
“A troca de JBS (JBSS3) por Alupar (ALUP11) é um exemplo claro dessa estratégia”, explica o analista.
A JBS foi retirada da carteira após uma apreciação significativa. As ações da empresa de alimentos saltaram mais de 40% após resultados acima do esperado no primeiro trimestre de 2024. “Decidimos realizar lucros e realocar capital em oportunidades com melhor perfil de risco-retorno”, justifica Bastos.
Entrada de Alupar
A inclusão de Alupar se deve à previsibilidade e estabilidade no setor de transmissão de energia, com uma avaliação atrativa em comparação aos seus pares. “Essa adição visa tornar a carteira mais defensiva, alinhada à nossa estratégia de minimizar riscos e aumentar os dividendos projetados”, destaca o analista.
Redução em Eletrobras e Petrobras
A Genial decidiu reduzir a exposição em Eletrobras (ELET3) devido às incertezas políticas e à volatilidade nos preços de energia.
Da mesma forma, a troca de CEO na Petrobras (PETR3; PETR4) e a potencial mudança nas políticas de gestão levaram a uma redução significativa na posição da empresa.
“Essas reduções buscam mitigar os riscos associados a fatores externos que podem afetar a performance dessas empresas”, explica Bastos.
Também houve redução na B3 (B3SA3), refletindo uma perspectiva de menor atividade de mercado, que afeta diretamente o volume de negociações na bolsa.
A Vivo (VIVT3) teve sua exposição diminuída após resultados abaixo das expectativas e devido à pressão competitiva crescente no setor de telecomunicações.
“A concorrência intensificada tem pressionado as margens da Vivo, justificando uma postura mais cautelosa”, comenta Bastos.
A Cyrela (CYRE3) foi reduzida devido ao impacto da abertura da curva de juros sobre o setor imobiliário, apesar da perspectiva positiva para a segunda metade do ano.
Aumentos: BB e BB Seguridade
A posição em Banco do Brasil (BBAS3) foi aumentada, aproveitando o valuation atrativo e a rentabilidade robusta do banco, que parece menos suscetível às turbulências políticas em comparação com outras estatais.
“Banco do Brasil continua a ser uma aposta sólida dentro do setor financeiro”, avalia Bastos.
A participação em BB Seguridade (BBSE3) foi incrementada, antecipando uma reavaliação positiva do mercado em relação às projeções de lucro ajustadas pelas expectativas de taxas de juros mais favoráveis.
“BB Seguridade tem demonstrado resiliência e capacidade de adaptação, sendo uma adição estratégica para nossa carteira”, conclui Bastos.
