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Veja como a Amazon está “mais chinesa” para barrar Shein e Temu

Empresa está fortalecendo relações com fornecedores chineses e oferecendo descontos em produtos de até US$ 20

por Gustavo Kahil
3 min leitura
Amazon

A Amazon (AMZN; AMZO34) está enfrentando uma crescente concorrência de empresas chinesas no mercado global de e-commerce, como Temu e Shein, que estão expandindo agressivamente suas operações fora da China.

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De acordo com Simon Kottmann, analista da Julius Baer, “o impacto sobre a Amazon pode ser menos significativo, já que as taxas de penetração das empresas de e-commerce do Oriente ainda são baixas no Ocidente”.

No entanto, a pressão sobre as margens de lucro da Amazon está aumentando devido ao excesso de oferta chinesa e à demanda por produtos de baixo custo.

Empresas como Temu estão focadas em oferecer preços ultra baixos, visando atrair consumidores sensíveis ao preço.

“Temu manteve sua vantagem competitiva por uma eficiente estrutura de custos e da disposição dos comerciantes em aceitar margens menores”, observa Kottmann em um relatório enviado a clientes nesta terça-feira (13).

Isso permitiu que a Temu alcançasse um impressionante valor bruto de mercadorias (GMV) de US$ 12 bilhões no segundo trimestre de 2024, com cerca de 33% desse total vindo do mercado dos EUA.

Amazon mais chinesa?

Apesar do crescimento da Temu, a Amazon ainda mantém uma liderança significativa com US$ 130 bilhões em vendas de e-commerce na América do Norte no segundo trimestre de 2024.

Para combater a pressão dos concorrentes chineses, a Amazon introduziu uma seção de descontos dedicada a produtos abaixo de US$ 20, visando consumidores mais sensíveis ao preço. A empresa também está fortalecendo relações com fornecedores chineses, mas enfrenta desafios em termos de rentabilidade, devido aos altos custos de atendimento e taxas de devolução.

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Shein, outro competidor chinês, continua a dominar o setor de fast-fashion, alavancando uma cadeia de suprimentos altamente eficiente e uma abordagem orientada por dados. Em 2023, o GMV da Shein foi estimado em US$ 45 bilhões, impulsionado por sua forte penetração no mercado jovem.

“A Shein tem conseguido capturar uma fatia significativa do mercado, apesar das críticas sobre práticas trabalhistas e impactos ambientais”, destaca Kottmann.

A Amazon está ciente do risco que essas empresas representam, especialmente em mercados onde a sensibilidade ao preço é alta. As estratégias agressivas de Temu e Shein, combinadas com seus preços competitivos, posicionam essas empresas como potenciais disruptores no cenário global de e-commerce.

“A batalha pela retenção de consumidores em um mercado cada vez mais competitivo está apenas começando”, afirma Kottmann.

Inovação

No entanto, a Amazon ainda possui vantagens estratégicas, como uma vasta infraestrutura logística e uma base de clientes leal, o que pode ajudá-la a manter sua posição dominante. Além disso, a Amazon está investindo em novas tecnologias e serviços para melhorar a experiência do cliente e diferenciar-se dos concorrentes.

“A Amazon está se concentrando em inovação para se manter à frente, mas o desafio das empresas chinesas não pode ser subestimado”, ressalta o analista.

A Grayscale Research sugere que, se a Amazon conseguir adaptar-se rapidamente às mudanças no mercado e manter suas vantagens competitivas, ela poderá continuar liderando o setor de e-commerce, mesmo diante da crescente concorrência chinesa. No entanto, as empresas chinesas estão determinadas a expandir sua presença global, o que significa que a Amazon precisará continuar evoluindo para se manter relevante.

Os próximos anos serão cruciais para determinar o equilíbrio de poder no mercado global de e-commerce. As decisões estratégicas que Amazon e seus concorrentes chineses tomarem terão um impacto significativo na direção que o setor tomará.

“A corrida para dominar o e-commerce global está em pleno andamento, e a Amazon precisa estar preparada para enfrentar todos os desafios que surgirem”, conclui Simon Kottmann.

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