O lucro líquido da gigante mexicana de telecomunicações América Móvil despencou 88,7% no terceiro trimestre, para 2 bilhões de pesos (116,3 milhões de dólares), em meio a custos de financiamento mais altos e um peso mais forte, informou a empresa na terça-feira.
O peso mexicano se fortaleceu 5% em relação ao dólar no terceiro trimestre, o que, segundo a empresa, diluiu seus ganhos no exterior.
A empresa, controlada pela família do magnata mexicano Carlos Slim, registrou receitas 3,3% menores do que no ano anterior, atingindo 203,8 bilhões de pesos.
As receitas teriam aumentado 3,8% se não fosse a valorização do peso mexicano em relação a todas as outras moedas, disse a América Móvil.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) caiu 3,6%, para 79,9 bilhões de pesos.
A previsão é de que o peso continue a se fortalecer ao longo do ano, o que pode afetar ainda mais os resultados.
Marissa Garza, analista do Banorte, disse que a América Móvil reportou um “resultado misto, alinhado com o que era esperado em termos operacionais, mas com queda em nível líquido devido a maiores perdas cambiais e a um encargo extraordinário”.
Brasil
A América Móvil, que no Brasil opera sob a marca Claro, disse que teve um encargo de 4,7 bilhões de pesos associado à redução parcial de sua participação na Claro Chile, uma joint venture com a Liberty Latin America.
A empresa adicionou 3 milhões de assinantes de serviços de telefonia móvel, incluindo 2 milhões de clientes pós-pagos, impulsionados pelo mercado brasileiro. No segmento de telefonia fixa, a empresa adicionou 223 mil acessos de banda larga.
“Em vários países – Brasil, Peru, Colômbia e América Central – tivemos uma das maiores, se não a maior, adição líquida de banda larga dos últimos três anos”, disse a empresa.