Na última sexta-feira, executivos dos bancos credores da Americanas (AMER3) participaram de uma videoconferência crucial com a varejista para discutir e formular um acordo que viabilizasse a recuperação da empresa.
Após expectativas quanto à resolução da dívida até o final da semana passada, o acordo foi finalmente aceito hoje.
Acordo abrange 35% da dívida
Segundo informações atualizadas, a Americanas assinou um acordo que abrange 35% da dívida, com a perspectiva de envolver mais instituições financeiras no processo.
A empresa e os bancos consideram a possibilidade de assinar um PSA (acordo de suporte ao plano) para dar continuidade ao plano de recuperação judicial. No entanto, esse documento está sujeito à votação na assembleia-geral de credores, marcada para 19 de dezembro.
Fraude bilionária e desafios financeiros
Em um cenário marcado por uma fraude de R$ 25,2 bilhões, conforme declarado pela própria empresa, a Americanas enfrenta desafios financeiros significativos.
O CEO Leonardo Coelho, que assumiu após a saída de Miguel Gutierrez, antigo CEO e acusado pela fraude, assegurou que os balanços financeiros recentes estão “livres” de irregularidades. Os prejuízos líquidos, que totalizaram R$ 12,9 bilhões em 2022, destacam os problemas enfrentados pela varejista.
Visão empresarial e desafios do mercado global
Analistas do setor destacam a necessidade de uma abordagem mais internacionalizada por parte da Americanas para se adaptar aos desafios do mercado global. Luciano Bravo, CEO da Inteligência Comercial, comenta:
“As empresas precisam buscar uma abordagem mais internacionalizada para se adaptar aos desafios do mercado global e se afastar das questões do passado que afetaram sua estabilidade financeira.” Paulo Silvestre de Oliveira, especialista em desenvolvimento estratégico, destaca que a gestão estratégica poderia ter antecipado falhas nos sistemas financeiros da empresa.
Plano de recuperação e compromisso do CEO
Apesar dos desafios, o atual CEO, Leonardo Coelho, promete “o maior plano de recuperação do varejo”. Em fevereiro deste ano, a dívida estava em R$ 42,5 bilhões, aumentando para R$ 50,1 bilhões após crises internas. Coelho rejeita especulações sobre a falência da empresa, destacando que estão empenhados na recuperação e superação dos problemas financeiros.