A Americanas (AMER3) divulgou nesta segunda-feira seus resultados para os primeiros nove meses de 2023 após vários atrasos, classificando o ano como “o mais desafiador” de sua história à luz de um grande escândalo contábil.
A Americanas, uma empresa quase centenária que tem como acionistas de referência o trio de bilionários que fundou a 3G Capital, pediu recuperação judicial no ano passado depois de descobrir mais de 20 bilhões de reais em inconsistências contábeis.
A varejista registrou um prejuízo líquido de 4,61 bilhões de reais nos primeiros três trimestres de 2023, informou em documento à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), após um prejuízo revisado de 6,03 bilhões de reais um ano antes.
A Americanas disse que os resultados foram afetados por uma “significativa queda de vendas”, principalmente na plataforma digital, e altas despesas financeiras em meio ao seu processo de recuperação judicial.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) foi negativo em 1,56 bilhão de reais, contra 1,28 bilhão de reais negativos um ano antes, enquanto a margem bruta melhorou 11,1 pontos percentuais, para 27,7%.
A dívida bruta permaneceu praticamente estável em 38,37 bilhões de reais.
A expectativa é que a varejista informe o resultado do quarto trimestre em março, de acordo com seu site de relações com investidores.
A Americanas divulgou em novembro passado lucros revisados para 2021 e 2022 para refletir o que descreveu como uma “fraude” de ex-administradores, embora as investigações estejam em andamento.
Em dezembro, a companhia obteve a aprovação dos credores para um plano de reestruturação que incluía desinvestimentos, uma troca de dívida por capital e uma injeção de capital de até 12 bilhões de reais pelo trio Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira.
A companhia prevê uma recuperação até 2025.