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Análise “atesta” erro do mercado sobre corte do Fed; baixe grátis

"A precificação do Fed está errada, e os investidores estão cometendo o mesmo erro do início do ano", diz a gestora Apollo

por Gustavo Kahil
3 min leitura
Mercados, Big Techs, Fed

O mercado está cometendo o mesmo erro que fez no início de 2024 ao precificar os cortes de juros pelo Federal Reserve, alerta a gestora Apollo em um relatório (veja íntegra abaixo) enviado a clientes neste sábado (10).

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Segundo Torsten Sløk, economista-chefe, os sinais da economia ainda não apontam para uma recessão.

Ele ressalta que os pedidos de auxílio-desemprego caíram esta semana. Além disso, o PIB do Fed de Atlanta para o terceiro trimestre está atualmente em 2,9%, e o indicador semanal do PIB do Fed de Dallas está atualmente em 2,2%.

“O ponto principal é que ainda não há sinais de recessão nos EUA, e a economia dos EUA está indo muito bem com crescimento constante em dados diários e semanais para reservas em restaurantes, viagens aéreas, reservas em hotéis, dados de cartão de crédito, empréstimos bancários, público em shows da Broadway, bilheteria e dados semanais para pedidos de falência com tendência de queda”, alerta Sløk.

As apostas de um corte de 25 pontos-base no juro dos EUA, do atual intervalo entre 5,25% a 5,5%, dispararam de 26% na semana passada para 51% no momento, mostram os dados da CME Fed Watch. Os outros 49% veem uma tesourada ainda maior, de 50 pontos-base.

“Resumindo, a precificação do Fed está errada, e o mercado está cometendo o mesmo erro que cometeu no início do ano”, diz Sløk.

Cortes do Fed à vista?

Segundo o economista, outro ponto que chama a atenção na leitura dos dados é o efeito da imigração “represada” do período da pandemia do coronavírus sobre o aumento da taxa de desemprego nos EUA, que elevou os temores de recessão no país.

O relatório de emprego divulgado no início do mês mostrou que a criação de vagas ficou em 114 mil em julho, abaixo dos 179 mil de junho (revisado de 206 mil) e dos 225 mil esperados pelos economistas. A taxa de desemprego aumentou de 4,1% para 4,3, a mais alta desde outubro de 2021.

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Sløk entende que a tendência de alta na imigração continua com um nível quase recorde de vistos de imigrantes emitidos todo mês.

Os exemplos de vistos de imigrantes incluem vistos baseados em empregadores e vistos patrocinados por famílias (como cônjuges de cidadãos dos EUA.

“Talvez a razão pela qual a taxa de desemprego esteja aumentando seja porque o governo está gradualmente trabalhando em um acúmulo de pedidos de visto relacionados à Covid, o que aumenta a oferta de mão de obra”, pontua Sløk.

Relatório de emprego

A taxa de participação cresceu de 62,6% para 62,7%, atenuando marginalmente o resultado ruim, mas não o suficiente para reverter o péssimo desempenho de toda a pesquisa. A dinâmica dos salários também foi ruim.

Os ganhos médios por hora aumentaram 0,2%, após terem subido 0,3% em junho. Nos 12 meses até julho, os salários aumentaram 3,6%. Esse foi o menor ganho anual desde maio de 2021 e seguiu-se a um avanço de 3,8% em junho.

O furacão Beryl, que interrompeu o fornecimento de energia elétrica no Texas e atingiu partes da Louisiana durante a semana da pesquisa do relatório, provavelmente contribuiu para o ganho abaixo do esperado.

O mercado de trabalho dos EUA está desacelerando devido a baixas contratações, e não demissões, já que os aumentos da taxa de juros pelo Federal Reserve em 2022 e 2023 reduzem a demanda. Dados do governo desta semana mostraram que as contratações caíram para uma mínima de quatro anos em junho.

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