A Análise Gráfica, também conhecida como análise técnica, consiste no estudo dos preços e dos volumes negociados por uma dada ação. Todas as informações pertinentes para o estudo das ações estão representadas nos gráficos, na medida em que estes traduzem o comportamento de todos os agentes presentes no mercado, sejam os fundamentalistas, os insiders (que possuem informações privilegiadas), os grafistas e mesmo os amadores, que compram e vendem sem critérios fundamentados.
O artigo de hoje aborda o gerenciamento do risco nas operações com ações através do uso do stop. Não há dúvida de que, atualmente, o investimento em ações é onde conseguimos maior potencial de retorno. No entanto, não podemos seguir a recomendação de muitos, de comprar e esquecer. A consideração que diz que, para investimentos de longo prazo, o preço de uma ação sempre terá valorização é totalmente falsa. Existem inúmeros exemplos que invalidam tal afirmação. É preciso acompanhar e efetuar o gerenciamento desse investimento.
Entendo que o fator emocional atrapalha de forma demasiada os investimentos em ações. Um dos erros mais comuns no mercado acionário é o de se desfazer de uma posição vencedora ou insistir em uma posição perdedora, atitudes que ignoram uma das premissas básicas que é: maximizar o lucro e minimizar o prejuízo. Para obtermos lucro com ações, é necessário deixar o lucro evoluir, acompanhando uma tendência de alta de um ativo, e realizar o prejuízo de uma entrada errada em uma posição.
A hora de sair!
O ser humano possui incrível dificuldade em admitir que está errado. Por essa razão, e mesmo conhecendo o stop-loss (para de perda) – ou simplesmente stop -, encontramos milhares de motivos para não liquidarmos a posição perdedora. Por outro lado, nossa ganância tentará impedir permanecer no posicionamento em uma ação com grande lucro.
A parada de perda, popularizada como stop, é uma ferramenta muito simples de ser utilizada, mas de fundamental importância para manter você no mercado. O stop servirá tanto para limitar seu prejuízo (stop-loss), como para maximizar seu lucro (stop-gain). Conrado Navarro, amigo fundador deste blog e autor do livro “Vamos Falar de Dinheiro?” abordou o tema no artigo “Por dentro do Stop Loss e Stop Gain”.
Uma ordem de stop consiste em apenas efetuar uma ordem de venda condicionada ao preço, quando este atingir certo valor (gatilho), com um preço limite de venda definido. Esse valor deve ser definido graficamente e o preço limite deverá ser algo próximo a esse valor, mas não muito para não ser ultrapassado por um eventual gap.
Por exemplo, identificamos um suporte sendo testado em R$ 50,00 e após identificar uma reversão é comprado um lote de 100 ações a R$ 50,50. Logo após a compra é efetuada uma ordem de venda stop com gatilho em R$ 49,75, e preço de venda limitado a R$ 49,50. Com isso, caso o preço da ação volte a cair e perca seu suporte, o prejuízo estará limitado a R$ 1,00 por ação – prejuízo que poderia ser muito superior caso não tivesse sido utilizado o stop.
O gatilho não foi definido em R$ 49,99 porque é comum o mercado testar algum nível, mas sem rompê-lo efetivamente e, após esse teste, retomar sua tendência original. O preço limite não foi colocado mais próximo do gatilho, pois é preciso evitar algum possível gap – salto no preço no momento da abertura. Caso a posição seja vencedora e realmente o preço da ação esteja evoluindo conforme planejado, o stop servirá para não sairmos da posição vencedora e sim deixar que o stop gráfico nos tire da posição. Com isso, o stop estará sendo deslocado assim que o preço estiver evoluindo.
Exemplo prático da utilização do Stop:
Dados da Operação
- Compra executada em: R$ 12,08
- Stop (5) executado em: R$ 15,88
- Lucro bruto: 31,5%
- Período: 1 mês
Em nosso próximo artigo seguiremos na apresentação da teoria da Análise Gráfica. Crédito da foto para freedigitalphotos.net