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Análise Técnica e Gráfica: Padrões de Candlestick

por Victor Pereira
3 min leitura

Análise Técnica e Gráfica: Padrões de CandlestickNo artigo dessa semana, vamos analisar o comportamento dos preços dos ativos no mercado de capitais sob o ponto de vista dos padrões de candlestick. A visualização dos gráficos em candlestick, ou só candle, é uma das mais populares entre investidores e analistas gráficos.

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Nesta configuração, é possível enxergar os preços mínimos e máximos ofertados para um ativo, o preço inicial e o fechamento em determinado período do tempo, podendo ser a cada minuto, hora, dia etc.

Você pode analisar os preços de qualquer ação da Bovespa em padrão de candlestick na Plataforma de Análise Gráfica do Bússola do Investidor. Por fornecer tantas informações em uma formatação tão simples de ser analisada, o padrão de candle passou a ser vastamente utilizado no mundo dos investimentos.

E como ela traduz diversas forças compradoras e vendedoras no mercado em determinado ponto do tempo, passou-se a estudar os padrões e configurações formados pelos candles de modo a criar uma expectativa em relação ao comportamento dos preços.

O que é um Candlestick e quais são os tipos que existem

Começando pelo simples, um candlestick é uma forma retangular verticalizada e padronizada que identifica os preços de abertura e fechamento de uma ação, ou qualquer ativo financeiro negociado no mercado.

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Nas extremidades do retângulo pode haver linhas que “saem” da caixa, perpendicularmente ao retângulo. As extremidades destas linhas representam o preço máximo ofertado pelo ativo, se for acima do retângulo, e o preço mínimo, se for abaixo. Estas linhas também são chamadas de sombra.

Por isso, convencionou-se identificá-lo como Candle Stick, que traduzindo significa Bastão de Vela, por realmente se parecer com uma vela. Abaixo identificamos os dois tipos básicos de candle, o de queda, ou seja, variação negativa dos preços no período de tempo, e de subida, de variação positiva. As cores podem ser editadas e dependem das preferências de cada um, mas geralmente, é utilizado o vermelho ou preto para candle de baixa e verde ou branco para candle de alta.

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O corpo do candle representa a diferença entre o preço de abertura e o preço de fechamento e, dependendo do mercado, pode se configurar de vários modos: desde corpos muito longos até corpos estreitos nos quais não se pode identificar a diferença entre os preços, neste caso o candle é denominado Doji.

Conforme os preços variam no mercado, os candles vão se dispondo lado a lado, formando variadas configurações ao longo de um período de tempo. Algumas disposições podem ser interpretadas como potenciais alertas para reversões e continuações de tendências, para uma possível disparada nos preços, para um bom sinal de compra ou venda etc. Veja um exemplo abaixo:

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Veja um exemplo do gráfico dos preços da Petrobrás (PETR4) em formato de candlestick.

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História

As primeiras experiências de utilização do candlestick datam do século XVII, quando o japonês Munehisa Homma utilizou a configuração em vela para acompanhar e analisar os preços do arroz. Desde então, a utilização do padrão passou a ganhar cada vez mais adeptos e se tornou muito popular.

Não obstante, apenas com o advento dos microcomputadores nas décadas de 1980 e 1990 é que esta utilização se tornou de fácil acesso e a preferida entre investidores. O primeiro a reunir de maneira formatada os estudos dos padrões de candlestick foi o norte-americano Steve Nilson.

Em 1990, Nilson lançou o livro “Japanese Candlestick Charting Techniques”, que reunia estudos e análises de padrões definidores de reversões e permanência da tendência dos preços. Desde essa data, a utilização de candles se disseminou largamente e, hoje em dia, é indispensável que todo investidor que utiliza a análise gráfica saiba minimamente sobre ela.

Como identificar padrões de Candlestick?

Existem diversas formatações de candles que podem servir para analisar a tendência dos preços das ações e outros ativos financeiros. Para encontra-los, é preciso estudar os padrões existentes e ficar de olho nos preços diariamente para encontrar uma formação de um padrão em forma prematura. Quanto antes se identificar a padronização, melhor será a decisão de investimento.

Vamos agora exemplificar a análise por candles com três dos padrões mais utilizados.

1. Martelo Invertido (Inverted Hammer)

Como o próprio nome diz, este padrão de candlestick possui um formato de martelo de cabeça para baixo. É formado quando a abertura e o fechamento do candle são relativamente próximos (formando a cabeça do martelo invertido) e ocorre uma sombra para cima pelo menos duas vezes maior do que o comprimento da cabeça do martelo, formando o cabo do martelo invertido.

Para identificar bem o Martelo Invertido, é preciso seguir algumas regras básicas:

  • Deve ocorrer em uma tendência de baixa;
  • Corpo pequeno na parte inferior e grande sombra na parte superior;
  • Sombra deve ser pelo menos duas vezes maior que o corpo Sem sombra ou sombra muito pequena na parte inferior;
  • Cor não é relevante (pode ser candle de alta ou baixa).

Veja o exemplo da CMIG4, onde há claramente um Martelo Invertido que aparece como o ponto de inflexão da mudança na tendência:

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2. Estrela da Manhã (Morning Star)

A Estrela da Manhã é um padrão formado por três candlesticks consecutivos e também indica uma reversão da tendência de queda. Num primeiro momento, ou no primeiro dia, há um candle de baixa com corpo longo. No segundo dia deve haver um candle de alta ou baixa, mas que tenha um corpo curto, onde os preços de abertura e fechamento estejam muito próximos.

Esse candle deve estar abaixo do candle longo de baixa do dia anterior. No terceiro dia, configura-se um novo candle de corpo longo, só que dessa vez será um de alta nos preços. Veja o exemplo do padrão descrito para o Índice Bovespa (IBOV):

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3. Linha de Perfuração (Piercing Line)

A Linha de Perfuração também denota uma possível reversão do nível de preços no curto prazo. Nesse caso, apenas dois candles devem ser analisados para reconhecê-la. Entretanto, antes de buscar o padrão de perfuração deve-se antes identificar uma tendência de queda nos preços. Na imagem abaixo vemos a configuração da Linha de Perfuração bem visível na VALE5:

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Em uma tendência de queda ao longo dos dias, a Linha de Perfuração aparece quando, após uma formação de um candle grande de queda, se forma um candle de alta que “invade” (ou “perfura”) o de queda anterior. Deve-se notar também que o preço de abertura do segundo dia deve estar abaixo do fechamento do primeiro dia. Ou seja, a abertura confirma a tendência de queda com um gap, o que deveria indicar a confirmação da tendência de baixa nos preços.

Todavia, esta queda não se confirma. Apesar do pessimismo ainda estar na agenda na abertura do segundo dia, alguma informação ou fato relevante faz com que muita gente busque comprar esse ativo, que experimenta uma alta sensível. O fechamento do segundo dia deve estar acima da metade do candle do primeiro dia (linha do 50%), o que legitima a perfuração, conforme indicado na imagem.

Conclusão

Como já dito, existem dezenas de padrões de candlestick, muitos que são variações dos apresentados acima e que só se diferenciam pela confiabilidade do alerta de reversão ou permanência. Entendida a lógica por trás dos padrões de candle, fica fácil entender os formatos pré-padronizados e intuir sobre como os preços vão reagir.

É preciso lembrar que a análise gráfica por candlestick não deve esquecer a análise técnica clássica. Ao contrário, é preciso utilizá-la em conjunto com a análise gráfica e indicadores técnicos e financeiros. Por exemplo, o volume negociado de um ativo pode confirmar o negar a formatação de um padrão de candle. A análise dos padrões com Bandas de Bolinger ou Canais de Keltner também pode potencializar os estudos.

Assim, apesar dessa abordagem ser simples de ser utilizada, é preciso entender o funcionamento da lógica por trás e não abandonar as ferramentas básicas de análise das ações. De maneira consistente, a análise dos preços por padrões de candlestick pode ser muito benéfica para seus investimentos.

Foto de freedigitalphotos.net.

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