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Ancine: salas de cinema tiveram recuperação lenta e gradual em 2023

As salas faturaram R$ 2,2 bilhões com a venda de 114 milhões de ingressos em 2023

por Agência Gov
3 min leitura
(Imagem: Agência Brasil/Arquivo)

O Informe Anual da Ancine apresenta uma análise sobre o mercado de cinema no Brasil em 2023, com a proposta de ofertar um panorama detalhado sobre o segmento.

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As análises do ano de 2023 são relevantes, uma vez que somadas às avaliações do início de 2024 deverão orientar as políticas públicas de fomento e regulação para o mercado cinematográfico deste ano.

A fonte primária de dados sobre o segmento de salas de cinema é o Sistema de Controle de Bilheteria (SCB), composto por relatórios enviados diretamente pelas empresas exibidoras.

Complementarmente, também são utilizadas informações obtidas no Sistema de Acompanhamento da Distribuição em Salas de Exibição (SADIS), alimentados por informações da distribuição cinematográfica.

O levantamento da Secretaria de Regulação compreende o período de 2019 à 2023. A metodologia utiliza 2019 como parâmetro e referência para o dimensionamento dos efeitos da pandemia de COVID-19 que impactaram o setor cinematográfico a partir de 2020.

Os dados do estudo devem ser contextualizados e considerados não isoladamente, mas em sua trajetória ascendente de retomada.

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Ainda em recuperação dos efeitos da COVID-19, o mercado de cinema no Brasil cresce em ritmo lento mas gradual.

No entanto, apesar de não reestabelecidos os resultados do período pré-pandemia, o ano de 2023 apresenta números positivos, como o aumento de quase 20% no público e de 17,5% na renda.

As salas faturaram R$ 2,2 bilhões com a venda de 114 milhões de ingressos em 2023. O parque exibidor encerrou 2023 com 3.468 salas abertas – variação positiva de 1,6% em relação a 2022, aproximando-se dos patamares de 2019 (3.507 salas).

Recuperação lenta e gradual do setor após a pandemia de COVID-19

O total de público ainda não retornou ao nível do período pré-pandemia, sendo aproximadamente 36% menor em 2023 quando comparado a 2019, mesmo com um calendário de lançamentos similar ao padrão histórico, e com o número de salas de cinema próximo ao período que antecedeu a pandemia de COVID-19.

Utilizando a média de público dos três anos anteriores à pandemia de COVID-19 (2017-2019) em comparação aos dados de 2023, observa-se que a recuperação do mercado brasileiro neste período (65,5%) é inferior àquela alcançada por países como Argentina (92%), França (86,9%), Portugal (80,3%), México (67,9%), Estados Unidos e Canadá (65,7%).

As dificuldades de recuperação do setor são globais, mas, respeitadas as diferenças,  verifica-se que a recuperação do mercado de cinema no Brasil acontece num ritmo ainda mais lento que em vários outros mercados relevantes.

Como consequência, o cenário de 2023 deve orientar as políticas públicas de fomento e regulação para o mercado cinematográfico neste ano.

O tempo e o grau de recuperação também deverão ser considerados na defesa de medidas anticíclicas para o setor, como a modulação de prazos da linha de crédito emergencial do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA) e a manutenção de programas emergenciais de retomada (PERSE).

Desempenho dos filmes brasileiros e estrangeiros

Foram lançados 161 longas-metragens brasileiros e 254 estrangeiros em 2023.

Em um ano sem a Cota de Tela, os filmes nacionais levaram 3,7 milhões de espectadores aos cinemas em 2023, fatia que representa 3,2% do público.

O resultado é 84,6% menor que 2019. Quatro filmes nacionais tiveram público superior a 300 mil espectadores. O maior público (“Nosso Sonho”) ultrapassou os 500 mil ingressos vendidos.

O mercado foi dominado pelos grandes lançamentos internacionais, destacando-se: “Barbie” (público de 10,7 milhões); “Super Mario Bros – O filme” (6,6 milhões); e “Velozes e Furiosos” (6,5 milhões).

Por outro lado, 2023 terminou com um bom resultado de público para o cinema brasileiro, tendo em vista o desempenho da comédia “Minha irmã e eu”, filme nacional com maior bilheteria em cinco anos.

Expectativas para 2024

O ano de 2024 começa com a tendência de ampliação da competitividade do filme brasileiro, atingindo nesses primeiros três meses mais de 5 milhões de espectadores, o que representa uma participação de mercado até o momento de  24,9%, confirmando o reencontro do cinema nacional  com seu público.

Em linha com a recuperação dos filmes brasileiros, houve o lançamento de Chamadas Públicas do FSA voltadas a parcerias internacionais e filmes com alto potencial de bilheteria, bem como para a valorização do desempenho comercial e artístico das produtoras brasileiras independentes, o que totaliza neste ano de 2024, um investimento de R$ 500 milhões na produção cinematográfica independente.

Os novos investimentos objetivam a ocupação de mercado e o aumento de bilheteria dos filmes brasileiros, impulsionando a trajetória crescente do mercado nacional.

Neste cenário de ampliação da competitividade, o ano de 2024 conta ainda com a retomada da Cota de Tela Cinematográfica, cuja proposta para o ano se encontra em fase final de elaboração, após as oitivas e a participação de representantes dos segmentos de produção, distribuição e exibição cinematográficos.

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