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Após ata, chance de alta da Selic em 75 pb sobe de 12% para 35%

Em um movimento natural, a curva de juros desinclinou e a queda das taxas se acentuou na parte da tarde

por Redação Dinheirama
3 min leitura
Sede do Banco Central em Brasília

A ata do Comitê de Política Monetária (Copom) nesta terça-feira, 24, até trouxe a palavra “gradualismo” em seu 21º parágrafo, mas o mercado financeiro ainda vê chance de um aperto monetário forte: as apostas para alta de 75 pontos-base na próxima reunião aumentaram, apesar de a chance de 50 pontos-base seguir majoritária, em 64,28%.

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Em um movimento natural, a curva de juros desinclinou e a queda das taxas se acentuou na parte da tarde, com a ponta longa chegando a ceder até 30 pontos-base, ajustando-se após três pregões de estresse desde o comunicado mais hawkish do Copom e o desconforto com o fiscal pelo relatório bimestral de despesas e receitas.

A taxa do DI para janeiro de 2026 caiu a 12,140%, de 12,289% do ajuste de segunda-feira, e a para janeiro de 2027 cedeu para 12,160%, ante 12,413%. Já o contrato para janeiro de 2029 recuou a 12,265%, de 12,561% do ajuste anterior e após atingir mínima de 12,265% à tarde.

Para Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, “o mercado chegou no momento em que alguém pergunta ‘como o jabuti veio parar em cima da árvore'” no que diz respeito ao patamar dos contratos de depósito interfinanceiro (DI).

“Se o janeiro de 2031 estava em 12,50% no ajuste ontem, que tipo de inflação e juro real o mercado estaria esperando?”, indaga.

Sanchez avalia, assim, que houve um processo de reprecificação nos juros pautado no cenário doméstico. “Poderia ser pautado no internacional, mas Treasuries estão fechando menos de 10 pontos, e não bate com o que estamos vendo nos nossos juros, com queda mais agressiva”, afirma.

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A curva de juros indicava 64,28% de chance de alta de 50 pontos-base na Selic na reunião de novembro, diminuindo em relação aos 88% de probabilidade da véspera. Já a chance de alta de 75 pontos-base subiu de 12% para 35,72%.

A economista-chefe da CM Capital, Carla Argenta, pondera que parte do ajuste pode estar relacionado a um trecho da ata do Copom.

“No parágrafo 21, trouxe o termo ‘gradualismo’ e parte do mercado entendeu isso como espécie de guidance, com a ideia de que a evolução do ciclo de alta tende a ser mais comedida, com ajustes não tão intensos”, afirma.

No cenário externo, colaborou para o fechamento da curva a intensificação das apostas de um corte de 0,5 ponto porcentual nos juros básicos pelo Federal Reserve (Fed), segundo plataforma CME Group.

Já o pacote de medidas de estímulos da China propiciou um maior apetite a risco global, com Brasil sendo um dos beneficiados por ser grande exportador de commodities: assim, o Ibovespa subiu no nível dos 132 mil pontos e o dólar cedeu a R$ 5,46.

(Com Estadão Conteúdo)

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