A Enel SP atualizou para 660 mil o número de clientes sem o fornecimento de energia elétrica na Capital Paulista e na Região Metropolitana, até às 23h de hoje. É uma redução de 100 mil desde às 14h30.
O desabastecimento acontece após o forte temporal da última sexta-feira, 11, que teve ventos superiores a 100 quilômetros por hora (km/h).
Cerca de 1,4 milhão de clientes tiveram o serviço normalizado. “Seguimos trabalhando para restabelecer o fornecimento”, disse a Enel.
Na capital, cerca de 435 mil casas estão sem energia. Os bairros mais afetados são Jabaquara, Campo Limpo, Pedreira e Jardim São Luís. Além da capital, os municípios mais impactados neste momento são: Cotia, com 55 mil clientes sem energia; Taboão da Serra, com 44 mil; e São Bernardo do Campo, com 34 mil.
Atendimento lento
O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Sandoval Feitosa Neto, afirmou neste domingo (14) que a ação da Enel neste ano ficou aquém das expectativas e foi, inclusive, mais lenta do que no apagão de novembro do ano passado. À época, a empresa levou 24 horas para retomar 60% dos consumidores interrompidos. Esse mesmo patamar foi atingido no evento atual em 42 horas.
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“Nos preocupa a capacidade de mobilização da empresa neste momento e a velocidade do restabelecimento do serviço”, afirmou Tiago Mesquita, diretor-presidente da Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (Arsesp), órgão que apoia a Aneel na fiscalização da qualidade do serviço de energia elétrica prestado pelas concessionárias.
De acordo com Mesquita, é possível fazer essa comparação, pois os episódios tiveram impactos semelhantes.
Na Grande São Paulo, área de concessão da Enel, pouco mais de dois milhões de pessoas chegaram a ser impactadas em ambos os eventos. Em 2023, porém, outras regiões do Estado também ficaram sem energia. Hoje, 100% dos clientes das demais distribuidoras estão com o serviço restabelecido, segundo a Aneel.
Enel e os furacões
Além de aumentar o efetivo, a Enel anunciou que irá elevar os investimentos na rede de distribuição para R$ 2 bilhões por ano nos próximos dois anos.
“O investimento está indo para a tecnologia da rede, que evita termos que ir a campo restabelecer um cliente. Por ter tecnologia na rede, conseguimos isolar a região para impactar menos clientes. Também é importante para detectar as falhas na rede”, afirmou o presidente da Enel, Guilherme Lencastre. Ele citou ainda “gastos relevantes” em relação a podas de árvores.
“A gente está caminhando para ter furacões no Brasil e a gente precisa ter políticas. A forma de estar mais bem preparado é poder contar com a infraestrutura que já existe de outras empresas”, declarou o líder da Enel.
(Com Estadão Conteúdo)