O minério de ferro é uma das commodities com pior desempenho até agora neste ano, com uma desvalorização de 20%. O cenário é reflexo da demanda do maior consumidor, a China, que continua a enfrentar problemas no setor imobiliário.
As ações da Vale (VALE3), maior exportadora do mundo, têm queda aproximadamente 16% no mesmo período.
Segundo Ewa Manthey, estrategista de commodities do ING, olhando para o terceiro trimestre, os fundamentos ainda apontam para riscos de baixa, com a demanda chinesa por aço ainda abafada pela desaceleração da construção e da atividade de infraestrutura em meio à desaceleração do verão.
Preocupações imobiliárias da China continuam pesando sobre o minério de ferro
Também há pouca expectativa de que a Terceira Reunião Plenária da China, que começa em 15 de julho, forneça algum alívio aos preços do minério de ferro.
“O foco de Pequim provavelmente estará nas conclusões de propriedades e na redução dos estoques, enquanto a nova atividade de construção, da qual o minério de ferro e o aço dependem, deve estar em baixa na lista de prioridades”, aponta um relatório divulgado nesta quinta-feira (11), obtido pelo Dinheirama.
Preços do minério de ferro
O ING espera que os preços do minério de ferro caiam ainda mais no terceiro trimestre em meio à demanda moderada e à oferta suficiente antes de se recuperarem no final do ano.
“Os riscos de baixa provavelmente prevalecerão no curto prazo em meio à demanda moderada por aço. Acreditamos que a China continuará a impulsionar os preços do minério de ferro no futuro, e o equilíbrio entre oferta e demanda dependerá em grande parte da perspectiva de demanda por aço da China”, aponta Manthey.
O ING propõe que os preços provavelmente permanecerão voláteis, com uma média de US$ 105 por tonelada no terceiro trimestre, com uma média de US$ 110 por tonelada em 2024. Nesta quarta-feira (10), o minério de ferro foi negociado a 108,74.