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Após ter proposta rejeitada, Vale diz que “segue engajada” em solução para Mariana

"A Vale, como uma das acionistas da Samarco, reafirma seu compromisso com as ações de reparação e compensação", disse em um comunicado

por Gustavo Kahil
3 min leitura
Samarco, joint-venture da Vale e BHP, em Mariana

A Vale (VALE3) disse nesta sexta-feira (3) à noite que está engajada para o avanço das negociações em curso com os governos federal e estaduais e outras entidades públicas envolvidas na mediação do acordo sobre Mariana, mostra um comunicado.

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A União e o Estado do Espírito Santo rejeitaram uma nova proposta feita pela Samarco e suas sócias – Vale e BHP – de R$ 127 bilhões de reais, relacionada às reparações pelo rompimento da barragem de rejeitos em Mariana (MG) em 2015, que deixou 19 mortos, centenas de desabrigados, e atingiu o rio Doce em toda a sua extensão, até o mar do Espírito Santo.

Conforme os entes, a decisão foi tomada porque a oferta das mineradoras “não representa avanço em relação à proposta anterior, apresentada e discutida em dezembro de 2023”.

Ele disseram ainda que a nova proposta contém “condições inadmissíveis” que desconsideram o que “já havia sido exaustivamente debatido e acordado” anteriormente.

“O aumento do valor ofertado pelas empresas para financiar as medidas de reparação foi feito em conjunto com uma redução drástica nas obrigações que as mineradoras já haviam concordado em assumir durante as negociações”, disse em nota a Advocacia-Geral da União (AGU).

Vista geral de cima de uma barragem da Samarco que rompeu em Mariana
Vista geral de cima de uma barragem da Samarco, que tem a Vale e da BHP Billiton como acionistas, que rompeu em Mariana, MG, Brasil (Imagem: REUTERS/Ricardo Moraes)

Vale “engajada”

A mineradora reiterou que as tratativas sobre o tema continuam e são conduzidas exclusivamente no âmbito da mediação.

“A Vale, como uma das acionistas da Samarco, reafirma seu compromisso com as ações de reparação e compensação relacionadas ao rompimento da barragem de Fundão, da Samarco, em 2015, e segue engajada para o avanço das negociações em curso com os Governos Federal e Estaduais e outras entidades públicas envolvidas na Mediação”, escreveu Gustavo Duarte Pimenta, Vice-Presidente Executivo de Finanças e Relações com Investidores.

A Vale ressaltou que, junto com Samarco, BHP e autoridades públicas, continuará buscando estabelecer um acordo que garanta a reparação justa e integral às pessoas atingidas e ao meio ambiente.

Mariana está em Minas Gerais

O governo de Minas Gerais informou também nesta sexta-feira que vai protocolar uma petição na Justiça pedindo que as negociações para um acordo de reparação pelo rompimento de barragem em Mariana continuem, após o governo federal ter descartado por completo a última proposta das mineradoras, em um movimento que o Estado mineiro considerou “nitidamente protelatório”.

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“A nossa compreensão é de que não é uma proposta perfeita, não é algo para assinar embaixo, mas é uma proposta que nos permite continuar (a dialogar)”, disse a secretária de Estado de Planejamento e Gestão de Minas Gerais, Luísa Barreto, à Reuters em uma entrevista por vídeo.

No entanto, a União e o Espírito Santo rejeitaram a proposta, antes mesmo que a União se sentasse para conversar sobre os termos com Minas Gerais.

“É muito fácil ficar lá em Brasília, enquanto a gente vive os problemas aqui em Minas Gerais, porque o desastre aconteceu aqui, o rio Doce corta o nosso Estado, os nossos municípios foram atingidos e os nossos mineiros que sofrem com os danos”, disse Barreto.

Veja o comunicado da Vale

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