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Após torrar quase US$ 4 bi, Boeing vai ao mercado em busca de US$ 10 bi

A Boeing vem lidando com o aumento de fiscalização regulatória e outras consequências geradas pelo desprendimento de um pedaço da fuselagem de um 737 MAX 9 em pleno voo em janeiro

por Reuters
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Aeronave Boeing 737 Max durante exibição no Farnborough International Airshow, em Farnborough, Reino Unido] (Imagem: REUTERS/Peter Cziborra)

A Boeing (BABOEI34) recorreu na segunda-feira aos mercados de dívida para levantar 10 bilhões de dólares, depois que a fabricante de aviões queimou 3,93 bilhões de dólares em caixa livre durante o primeiro trimestre, com queda na produção de seu jato mais vendido, disseram fontes familiarizadas com o assunto.

A Boeing vem lidando com o aumento de fiscalização regulatória e outras consequências geradas pelo desprendimento de um pedaço da fuselagem de um 737 MAX 9 em pleno voo em janeiro.

A fabricante de aviões está carregando o fardo de várias crises sequenciais, desde duas quedas de jatos 737 MAX que mataram centenas de pessoas e os efeitos da pandemia.

Agora, um choque na produção do 737 MAX enfraqueceu seu balanço patrimonial e deixou  a empresa sob uma pilha de dívidas acumuladas.

Investidores e analistas previram que a Boeing teria que recorrer aos mercados de títulos para se antecipar a mais de 12 bilhões de dólares em dívidas combinadas com vencimento em 2025 e 2026.

Ao mesmo tempo, os mercados de renda fixa dos EUA têm assistido a uma enorme corrida de oferta de novos títulos nos últimos meses, uma vez que as empresas procuraram capitalizar a demanda incessante dos investidores que buscam obter rendimentos mais altos em um ano em que se espera que o Federal Reserve comece a reduzir as taxas de juros.

A Boeing usará os recursos dos títulos para aumentar a liquidez antes dos vencimentos de sua dívida existente, incluindo 4,3 bilhões de dólares em 2025, escreveu a S&P na segunda-feira.

Houve grande demanda pelos títulos da Boeing, com carteiras de pedidos finais totalizando 71,35 bilhões de dólares, disseram duas fontes próximas da operação.

“Acho que a demanda se deveu, em grande parte, ao fato da empresa não emitir há algum tempo”, disse um dos investidores. “É um pouco incerto, mas os títulos estão baratos. A Boeing ainda está em uma boa posição.”

A Boeing não comentou o assunto, mas citou o diretor financeiro, Brian West, que durante apresentação de resultados trimestrais na semana passada afirmou que a empresa está comprometida em administrar seu balanço patrimonial com prudência, priorizando a recomendação de grau de investimento e ajudando a estabilizar a produção e a cadeia de suprimentos.

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