A safra de soja de Mato Grosso, maior Estado produtor brasileiro, foi estimada nesta sexta-feira em 35,75 milhões de toneladas, uma redução de 400 mil toneladas na comparação com o levantamento de dezembro, de acordo com pesquisa realizada pela Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT).
Em meio aos efeitos do calor e da falta de chuvas, a previsão da Aprosoja-MT significa uma redução de 9,56 milhões de toneladas em relação à safra 2022/23, quando os sojicultores colheram 45,31 milhões de toneladas.
O levantamento da entidade contrapõe os números oficiais da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que ainda aponta uma safra recorde no Brasil, em 155,2 milhões de toneladas.
Já para Mato Grosso a Conab estima uma produção de 40,2 milhões de toneladas, após realizar um corte de cerca de 3,3 milhões de toneladas na comparação com a previsão do mês anterior.
Para o presidente da Aprosoja-MT, Lucas Costa Beber, os dados oficiais não estão refletindo a “realidade do campo” e seguem “na contramão” do que apontam consultorias privadas, que indicam números tão baixos quanto 37,86 milhões de toneladas para Mato Grosso e 143,18 milhões de toneladas para o país.
“É preciso que a Conab atualize suas metodologias, porque não tem correspondido com nenhuma das empresas que fazem esse tipo de pesquisa e análise do campo no Brasil”, afirmou o representante dos produtores, em nota.
Nesta semana, a Conab afirmou ao divulgar os números que, uma vez que grande parte da safra ainda está em desenvolvimento, as previsões podem mudar. A colheita começou há poucas semanas em Mato Grosso.
Procurada, a Conab não comentou o assunto imediatamente.
De acordo com a pesquisa da Aprosoja-MT, a produtividade média esperada na safra atual é de 50,22 sacas, uma redução de 21,21% na comparação anual.
Segundo Beber, há relatos de produtividades de menos de 10 sacas em diversas regiões do Estado.
A região com a menor produtividade média esperada é a leste, com 48,41 sacas, seguida pelo norte, com 50,24 sacas.
Já a região com a melhor produtividade esperada no Estado é a sul (52,01 sacas por hectare), apontou o levantamento.
A pesquisa foi realizada entre os dias 5 e 11 de janeiro, com a participação de 1.003 propriedades, que cultivam mais de 1,7 milhão de hectares, ou 14,5% de toda a área destinada para a oleaginosa no Estado, segundo a Aprosoja-MT.