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Aquecimento global ajuda a Sanepar, diz Fitch

A agência de classificação de risco explica que o volume faturado por conexão das empresas públicas avaliadas cresceu em média 3% no primeiro semestre de 2024

por Gustavo Kahil
3 min leitura
Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar)

O aumento das temperaturas no Brasil, assim como acontece no mundo, pode ajudar a geração de caixa das empresas de saneamento, como a Sanepar (SAPR11), avalia a Fitch Ratings em um relatório enviado a clientes nesta terça-feira (19).

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Segundo Gustavo Mueller e Leonardo Coutinho, esta situação amplia volumes faturados de água e esgoto acima do antecipado e, consequentemente, fortalece sua geração operacional de caixa.

“Diante deste cenário, as companhias terão que continuar investindo em segurança hídrica para atender a maior demanda, apesar de, no curto prazo, os recursos hídricos disponíveis e a adequada flexibilidade operacional sustentarem o aumento do consumo”, opinam os analistas.

A agência de classificação de risco explica que o volume faturado por conexão das empresas públicas avaliadas cresceu em média 3% no primeiro semestre de 2024, em comparação com o mesmo período de 2023, o que elevou a geração de caixa operacional das companhias acima das expectativas. Em média, o indicador deste grupo ficou estável nos últimos cinco anos.

Para a Fitch, os destaques foram a Saneamento de Goiás (Saneago), cujo volume faturado por conexão cresceu 4%, e a Sanepar, que aumentou 5%. A Caern e a Cagece apresentaram a menor expansão (2%).

O volume total faturado das empresas privadas aumentou 4,7% no primeiro semestre, em comparação ao mesmo período de 2023 (ajustado para aquisições). A Aegea reportou a maior expansão entre as companhias privadas avaliadas pela Fitch (6,9%).

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Crises hídricas

A Fitch avalia que a segurança hídrica e a resiliência operacional das companhias melhoraram, principalmente após as crises hídricas ocorridas no Paraná (2020-2021) e no Sudeste (2014-2015).

“Nos últimos anos, o aumento de investimentos em capacidade de reservação e captação de água e a maior interligação entre os principais sistemas de abastecimento mitigaram os riscos de diminuição da disponibilidade hídrica. Uma melhor gestão das bacias hídricas também colaborou, por ajudar a prevenir restrições de abastecimento”, pontua o relatório.

Ao final de outubro de 2024, o nível de água dos principais reservatórios da maioria das empresas estava acima do verificado nos últimos quatro anos ao final do mesmo mês, o que atenua as preocupações.

A Sanepar apresentava condição mais favorável dentre essas companhias, com 95% de reservação de água nos sistemas de abastecimento da região metropolitana de Curitiba. Os níveis dos principais reservatórios de Cagece, Sabesp (SBSP3), Saneago e Caern também eram confortáveis para o período, com respectivos 48%, 45%, 86% e 68%.

No caso da Copasa (CSMG3), os reservatórios do Sistema Paraopeba, que abastecem 52% da Região Metropolitana de Belo Horizonte, estavam em 52%. Minas Gerais está entre os estados mais impactados pela estiagem, mas a expectativa é de aumento dos níveis dos reservatórios nos próximos meses, com o início do período de maior pluviometria.

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