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Argentina entra em ritmo de queda da inflação após controle fiscal

Como reflexo, o Banco Central já conseguiu reduzir sua taxa de juro de 100% para 80%, citando sinais de desaceleração da inflação

por Gustavo Kahil
3 min leitura
Javier Milei

A Argentina parece estar começando a colher os frutos de uma maior disciplina fiscal e menor controle monetário, com a economia entrando em um ritmo de queda da inflação.

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O Indec (Instituto Nacional de Estadística y Censos) revelou ontem que o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de fevereiro ficou em 13,2% na comparação com o mês anterior. Foi a segunda queda consecutiva.

Analistas consultados pela Reuters previam uma alta de 15,3% para o mês. Na comparação anual, o aumento foi de 276,2%.

O núcleo mensal também desacelerou em fevereiro. O índice central caiu para 12,3% em termos mensais (de 20,2% no mês anterior), elevando a leitura anual para 291,9% em fevereiro de 2024, de 275,9% em janeiro.

Vale notar que os preços dos produtos regulados aumentaram 21,1% em termos mensais e 260,7% em termos anuais, liderados por aumentos nos preços dos transportes e da eletricidade num contexto de remoção de subsídios, como parte do esforço fiscal.

Para o Itaú, a inflação mensal continuará em dois dígitos ao menos até o final de junho, refletindo justamente a correção dos preços que eram subsidiados. Para o ano, a estimativa do banco está em 180%, abaixo dos 211,4% de 2023, quando foi a maior taxa anual desde a hiperinflação em 1990.

Desinflação

Segundo o JP Morgan, o Banco Central da Argentina (BRCA) “parece estar confortável com o ritmo da desinflação”.

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“Vemos uma janela de oportunidade se abrindo para que o BCRA comece a remover a teia de controles de capital” até o terceiro trimestre de 2024, acrescentou. “É certo que isso exigirá um papel completamente diferente para a política monetária.”

Controle fiscal

Na noite de segunda-feira, o BCRA reduziu sua taxa de referência de 100% para 80%, citando sinais de desaceleração da inflação altíssima e uma recuperação das reservas líquidas desde que o presidente Javier Milei assumiu o cargo em dezembro.

A autoridade monetária citou a melhoria do balanço do Banco Central, com a eliminação da monetização do déficit fiscal que, em 2023, escalou para 5% do Produto Interno Bruto (PIB).

“Na verdade, desde 10 de dezembro, o efeito monetário da política fiscal é oposto e virtuoso, reduzindo a quantidade de pesos em circulação em cerca de 2 bilhões. Desta forma, avança-se em direção à meta de financiamento líquido acumulado igual a zero para o ano de 2024, acordada no memorando de políticas econômicas e financeiras com o FMI”, diz o BCRA.

Veja os dados da inflação:

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