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As 16 ações para bater o Ibovespa, segundo o Bank of America

O banco mantém uma perspectiva positiva para o mercado brasileiro, acreditando que pode se beneficiar de uma redução global nos juros

por Gustavo Kahil
3 min leitura
Mercados Ibovespa Ações 665

O Bank of America manteve a posição de alocação acima da média do mercado (overweight) sobre as ações brasileiras em setembro, mostra um relatório enviado a clientes nesta quarta-feira (4) e assinado por David Beker.

Segundo ele, pesar da ausência de novos “compradores” no mercado, os fundamentos do Brasil continuam fortes, com avaliações ainda descontadas e as empresas nacionais mostrando sinais de recuperação de lucros.

O banco vê a atual estagnação do Ibovespa (IBOV), após uma forte alta no início de agosto, como reflexo do aumento das taxas de juros de longo prazo, que subiram 70 pontos-base nas últimas semanas. No entanto, o BofA mantém uma perspectiva positiva para o mercado brasileiro, acreditando que o país pode se beneficiar de uma redução global nas taxas de juros.

Não Vale mais

Uma das mudanças mais notáveis no portfólio foi a movimentação da Vale (VALE3) para a categoria de alocação abaixo da média.

Segundo o relatório, a deterioração do cenário econômico chinês e a relutância dos formuladores de políticas na China em implementar medidas de estímulo mais agressivas são os principais fatores por trás dessa decisão. O BofA observa que a demanda por minério de ferro caiu 34% no ano, o que afeta diretamente o desempenho da mineradora.

Olhando para o futuro, o BofA acredita que o Brasil tem uma oportunidade de se destacar no cenário global, especialmente se as taxas de juros nos Estados Unidos e em outros mercados globais começarem a cair. A redução das taxas pode atrair investidores para mercados emergentes, como o Brasil, onde as empresas apresentam avaliações mais atraentes e potencial de crescimento.

Acima do Ibovespa

Um dos setores preferidos pelo BofA é o de consumo discricionário, com uma alocação de 12,5%, bem acima dos 3,6% do Ibovespa. Empresas como Lojas Renner (LREN3), Azzas (AZZA3), Vivara (VIVA3) e MRV (MRVE3) se destacam no relatório, devido à força do consumo local. O banco acredita que o setor de consumo tem potencial de crescimento à medida que a economia se recupera e a confiança dos consumidores aumenta.

O setor industrial também recebe recomendação acima da média, com uma alocação de 14,5%, comparada aos 8,9% do índice. O relatório cita empresas como Rumo (RAIL3), Embraer (EMBR3) e Localiza (RENT3) como destaques, apontando que o aumento dos investimentos em infraestrutura e logística no Brasil favorece essas companhias, além de oportunidades no setor de transporte.

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Já no setor financeiro, o BofA aloca 30%, frente aos 25,7% do índice. A análise foca nos grandes bancos e em nomes que se beneficiam da queda das taxas de juros, como BTG Pactual (BPAC11) e B3 (B3SA3). A expectativa é que o ambiente de juros mais baixos impulsione os lucros dessas empresas, à medida que a economia se ajusta a um cenário de crescimento moderado e inflação controlada.

O setor de energia, com destaque para a Petrobras (PETR4), também está overweight, com 17% de exposição no portfólio, ligeiramente acima dos 16,6% do benchmark. O BofA acredita que a estatal pode se beneficiar de uma recuperação dos preços do petróleo e de políticas que favoreçam investimentos no setor de energia.

Setores a evitar

Por outro lado, o relatório coloca o setor de serviços públicos em uma posição de alocação em linha com a média, com 13,5%, próximo dos 13,9% do Ibovespa. Apesar disso, o BofA vê o setor como uma alternativa estável, atuando como um “proxy” de títulos de renda fixa, dada sua correlação com as taxas de juros. As ações são da Sabesp (SBSP3) e Eletrobras (ELET3).

Entre os setores com recomendação abaixo da média (underweight), o destaque vai para bens de consumo básico e materiais.

No primeiro, o BofA aloca 4,5%, contra 8,7% do índice, embora mantenha exposição à JBS (JBSS3) devido ao momentum de ganhos e à avaliação atrativa da empresa. Já no setor de materiais, com destaque para a Vale (VALE3), a recomendação caiu para UW, com 8% de alocação, abaixo dos 15,7% do Ibovespa. A decisão foi motivada pela perspectiva fraca para a demanda de minério de ferro, principalmente devido à desaceleração econômica da China.

Veja as 16 ações recomendadas pelo Bank of America

 NomePesoPeso no IBOVValor de mercado (US$mn)2024
P/L
2025
P/L
 Azzas4.0%0.3%1,79610.79.2
Lojas Renner4.5%0.7%2,90912.410.8
Vivara4.0%0.2%1,10814.311.4
JBS4.5%1.7%13,7827.76.6
Petrobras17.0%12.4%95,8874.44.0
Bradesco4.0%4.6%28,1298.56.9
B36.0%3.0%12,48514.513.4
Santander Brasil3.5%0.5%20,7408.77.2
Itaú Unibanco10.5%7.4%59,5718.77.9
BTG Pactual6.0%2.1%24,21210.89.4
Localiza4.5%1.8%7,87227.911.1
Embraer5.0%1.5%6,15121.418.0
Rumo5.0%1.2%7,195NM15.9
Vale8.0%10.9%48,0095.07.4
Sabesp5.5%2.9%11,49515.715.1
Eletrobras8.0%3.9%17,31923.949.9
Fonte: Bank of America

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