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As 9 jogadas de Lula para conter a queda de popularidade

Com 2026 se aproximando, os próximos 60 dias serão cruciais para definir o futuro do governo e a sucessão presidencial

por Gustavo Kahil
Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante entrevista às rádios Itatiaia, Mundo Melhor e BandNewsFM BH, de Minas Gerais, na Residência Oficial da Granja do Torto Brasília - DF

A popularidade de um governo é como um castelo de cartas: difícil de construir, mas fácil de desmoronar. Lula, em seu terceiro mandato, enfrenta uma rejeição crescente que ameaça sua sucessão e sua própria trajetória política. O descontentamento atinge todas as camadas da sociedade: os mais pobres não sentiram melhora, a classe média está sufocada e o empresariado perdeu a paciência.

Diante desse cenário, o governo pode recorrer a medidas de impacto imediato para tentar reverter a tendência negativa. No entanto, como alerta o consultor eleitoral Roberto Reis, com 25 anos de experiência em campanhas políticas, a resposta pode vir na forma de “jogadas desesperadas”.

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Em um relatório enviado a clientes da Convex Research, Reis lista nove cartadas possíveis que o governo pode lançar para tentar recuperar popularidade:

1 – Reduzir impostos sobre alimentos básicos: “Medida clássica de curto prazo. Alivia no bolso do eleitor, mas gera desconfiança no mercado. Se vier, será um tiro curto.”

2 – Criar um vale-alimentação emergencial: “Medida populista de alto risco. Dilma tentou algo semelhante e o resultado foi o desastre econômico. Mas Lula pode insistir.”

3 – Desonerar insumos e equipamentos agrícolas: “Lula quer afagar o agro, mas o setor desconfia do governo. Como o custo político é baixo e há apoio no Congresso, essa medida pode avançar.”

4 – Suspender taxas alfandegárias sobre alimentos importados: “Custo político alto demais. Lula não deve comprar essa briga.”

5 – Reajustar a tabela do Imposto de Renda (sub R$ 5.000): “Medida popular e provável. O governo venderá como ‘correção justa’, mas terá que compensar em outra frente.”

6 – Congelar o preço dos combustíveis: “Medida populista e arriscada. A conta sempre chega – e explode no colo do governo.”

7 – Limitar exportações para baixar preços internos: “Suicídio político e econômico. Lula não tem força para bancar essa ideia.”

8 – Tributar altas rendas em 10%: “O governo já tentou e não passou nem do balão de ensaio no Congresso.”

9 – Reajustar o Bolsa Família + liberar o Pé-de-Meia: “Pode vir disfarçada como ‘reposição inflacionária’, mas afundaria ainda mais as contas públicas.”

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante reunião com o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad
Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante reunião com o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad (Imagem: Ricardo Stuckert/ PR)

Dilema político e econômico de Lula

Reis aponta que Lula enfrenta dois caminhos:

Aceitar um governo mediano e preservar seu legado, com risco de derrota em 2026.

Apostar tudo em medidas populistas, arriscando destruir sua credibilidade.

    Se optar pelo segundo caminho, as consequências podem ser devastadoras: inflação acelerada, descontrole fiscal e um impacto irreversível em sua viabilidade política.

    “A política não perdoa hesitação”, alerta Roberto Reis. Com 2026 se aproximando, os próximos 60 dias serão cruciais para definir o futuro do governo e a sucessão presidencial. Se Lula não entregar resultados concretos, pode ser tarde demais para reverter o jogo.

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