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Home Economia e Política As oportunidades do Brasil e a crise nos países ricos

As oportunidades do Brasil e a crise nos países ricos

por Ricardo Pereira
3 min leitura

As oportunidades do Brasil e a crise nos países ricosO Boletim Focus divulgado nessa semana apresenta uma correção interessante por parte do mercado em relação à inflação. Pela primeira vez em 2011 é admitido que a inflação oficial fique no topo da meta, ou 6,5%. Se a tendência é de baixa nas últimas semanas, boa parte dos veículos se esforça em chamar a atenção para o fato de ainda estarmos distante do centro da meta de inflação, que é de 4,5% ao ano.

O mesmo boletim indica que a projeção para a inflação, em 2012, é de 5,60%. O PIB (Produto Interno Bruto) também foi reavaliado pelo mercado e a projeção para o crescimento em 2011 é de 3,30%; Para 2012, a previsão sobe ligeiramente: 3,51%.

Inflação, Banco Central e taxa de juros
A “queda de braço” iniciada na penúltima reunião do COPOM (Comitê de Política Monetária) com o mercado e seus agentes históricos aos poucos vai encontrando um ponto de equilíbrio. Na última reunião, foi consensual a redução de 0,5 ponto percentual, fato que surpreendeu alguns veículos e agentes do mercado.

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Particularmente, continuo acreditando que o Brasil ainda tem uma taxa de juros muito acima do necessário e as consequências de uma economia dependente de uma taxa de juros estratosférica têm sido muito piores do que os benefícios.

O mundo atravessa um dos períodos mais nebulosos e complicados de sua história. As dificuldades apresentadas em boa parte do mundo considerado rico (Estados Unidos e Europa) ainda não estão completamente esclarecidas e todos sabem que qualquer tipo de ajuda, nesse momento, representa apenas medidas paliativas.

Grécia, um dos problemas da Europa
O caso mais claro é discutido é o da Grécia. O país esta tecnicamente quebrado, falido. A ajuda que vem sendo definida, e que será apresentada nos próximos dias, tem prazo de validade. Fico com uma pergunta na cabeça: alguém consegue prever ou saber o que acontecerá com a Grécia daqui dois anos?

O prognóstico é o pior possível. O governo grego vai precisar cortar benefícios e diminuir ainda mais o ritmo de investimentos do país – e não poderia ser diferente. Cada vez mais observaremos greves e outras manifestações populares que paralisarão o país e dificultarão o andamento das reformas. E isso afetará outras economias do bloco. Outra questão: as economias ricas não poderão entrar em um período de dolorosa correção e parco crescimento, como o que já ocorreu com o Japão?

Se a Grécia já é um problema nebuloso, o que vem por aí pode ser ainda pior. O que falar da Itália, com uma dívida líquida de cerca de 100% do PIB? E a Bélgica, com o percentual de dívida de 94,4% do PIB? São candidatas a problemas ou terão tempo para também implementar mudanças? As necessárias reformas farão o país crescer pouco e deixarão a população furiosa ou serão suficientes para evitar o pior?

Espanha, Itália, Portugal: bombas relógio?
A Espanha tem o mesmo déficit público da Grécia. A questão capaz de piorar as coisas tem relação com a capacidade que os governos terão de controlar os levantes populares – afinal, para superar os problemas o caminho adotado será justamente o de corte de gastos e elevação da carga tributária. Dada a dimensão e a importância dos países dentro do mundo, fica fácil perceber o tamanho da “encrenca” que muitos países poderão passar em um futuro breve.

No quadro abaixo, com informações divulgadas pelo FMI (Fundo Monetário Internacional), podemos ver comparativamente que a bomba relógio está armada. O dados estão em % em relação ao PIB:

Informações sobre déficit e dívida líquida - FMI

Devido ao cenário internacional, temos mais do que a oportunidade, temos a obrigação de baixarmos os juros de nossa economia. É claro que de forma gradual, mas contínua. O Brasil precisa olhar para frente e deixar de lado o discurso já ultrapassado de que os juros altos são necessários para controlar a inflação. Como todo “remédio”, ele possui contra indicações e se utilizado de maneira exagerada se torna mais uma droga viciante do que uma medicação eficiente.

É claro que o atual momento é diferente de todos os demais eventos relatados e estudados nas universidades ou mesmo nos livros de economia. Mas precisamos agir sem medo e com a consciência de que a crise precisa ser enfrentada de forma concreta, com juros civilizados e que contribuam para o crescimento do país. Isso sem falar nas tão necessárias reformas, como a tributária, a trabalhista e a da infraestrutura. Todas urgentes! É preciso aproveitar para avançar.

Você tem reparado alguma mudança em seu cotidiano com o agravamento da crise? Essa discussão é interessante. Mudou alguma coisa por ai? Como você vê o Brasil atual? O que acha que devemos fazer para melhorar ainda mais? Deixe sua opinião no espaço de comentários deste texto, logo abaixo.

Foto: sxc.hu.

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