As ações da Petrobras (PETR4) foram retiradas da carteira recomendada de dividendos do Banco Safra com um alerta para um momento ruim para a distribuição de recursos aos acionistas.
“Acreditamos que o acordo realizado com o Carf poderia afetar o seu nível de pagamento de dividendos da empresa no curto prazo e diminuir a atratividade do papel”, explicam os estrategistas Cauê Pinheiro, Nayane Kava e Luana Nunes.
O resultado da estatal terá um impacto de R$ 11,9 bilhões no lucro líquido do segundo trimestre por conta de adesão da companhia a um acordo para encerrar disputa judicial envolvendo dívidas tributárias relacionadas a contratos de afretamento de embarcações.
A adesão da petrolífera ao esquema lançado em maio pela Receita Federal e pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) deve ser um reforço de caixa ao governo, que tem meta de déficit primário zero neste ano.
Os papeis da Caixa Seguridade (CXSE3) também deixaram a carteira de dividendos.
“Apesar de ainda gostarmos de sua tese de investimentos para médio e longo prazo, estamos excluindo o papel por conta de seu bom desempenho acumulado no ano para abrirmos espaço para outros nomes que mostram um potencial de valorização maior”, pontuam.
Novidades
O Safra incluiu os ativos da Porto (PSSA3) na carteira de boas pagadoras de dividendos por um forte momento de resultados
para o ano.
“Embora consideremos a empresa como a mais afetada pelas reivindicações relacionadas ao Rio Grande do Sul, seu forte impulso nos lucros nos últimos trimestres e o sólido guidance para o ano devem atenuar o revés de curto prazo”, explicam Pinheiro, Kava e Nunes.
Além disso, eles apontam para o valuation barato da Porto de 7,2 vezes o múltiplo de preços sobre o lucro (P/L) esperado para o final de 2024, com um dividend yield estimado de 6,4%.
A outra novidade é a Gerdau (GGBR4), que passa por um momento operacional mais positivo, com os aumentos das estimativas no segmento norte-americano mais que compensaram as previsões mais fracas para o segmento doméstico.
O papel negocia a um valuation “atrativo” de valor da empresa sobre o Ebitda (EV/Ebitda) para 2025 de 4 vezes, abaixo da sua média histórica de 4,9 vezes dos últimos cinco anos, com um dividend yield “razoável” de 4,2% para 2024
Carteira de dividendos
Empresa | Ação | Dividend Yield | Potencial de valorização |
---|---|---|---|
Direcional | DIRR3 | 6,30% | 17% |
Porto | PSSA3 | 6,50% | 13,10% |
Itaú | ITUB4 | 11,30% | 32,70% |
Banco do Brasil | BBAS3 | 10,30% | 10,40% |
Gerdau | GGBR4 | 7,70% | – |
Vale | VALE3 | 8,60% | 38,20% |
Eletrobras | ELET3 | 4,40% | 48,10% |
Cemig | CMIG4 | 11,80% | 46,60% |
Vivo | VIVT3 | 11,60% | 26,80% |
Copel | CPLE6 | 4,50% | 32,30% |