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Atitudes diante da crise financeira empresarial

por Tibério Rocha Júnior
3 min leitura
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dinheirama-post-atitudes-diante-crise-empresarialCada crise financeira empresarial possui a sua história. Normalmente, elas refletem o encontro de fatores internos e externos que juntos fizeram com que a crise se instalasse. A grande maioria das crises não chega de repente. Na verdade, já existiam e não eram percebidas como tal.

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Uma crise financeira vai sendo construída ao longo de um tempo (às vezes longo, às vezes curto), até que um dia, no teatro corporativo, sai detrás da cortina e assume o seu lugar no palco principal.

O exemplo do “Império X”

Elas não escolhem as empresas pelo tamanho, escolhem pelas suas práticas. Não fosse assim, o grupo de Eike Batista jamais enfrentaria os problemas que está enfrentando.

Com uma gestão onde os profissionais sucumbiam aos caprichos do dono, ostentação e pouca ética na hora de estimar suas operações, aquele que chegou a ser considerado um dos 10 homens mais ricos do planeta, hoje está às turras com seus credores.

A despeito de toda a complexidade do caso, o que aconteceu no grupo das empresas X pode ser simplificado e ocorrer com qualquer outra empresa, seja ela uma grande indústria ou um comércio de médio porte.

Gastar mais do que recebe, endividar-se mais do que pode pagar e querer crescer mais do que a base financeira possibilita são aspectos que devem ser observados. Ou seja, descolar-se da realidade não costuma trazer bons resultados.

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As reações diante de uma crise

Interessante é perceber as diversas atitudes diante da crise. São muitas, mas podemos tipificar alguns padrões bastante úteis na hora de identificá-las. Estas atitudes podem ser também estágios por que passam uma mesma pessoa.

De uma forma ou de outra, existem aqueles que negam. Não querem aceitar o problema e continuam gastando como se nada estivesse acontecendo. Alguns até gastam mais. Tratam de manter a pose como se a crise não fosse com ele e contam com soluções mirabolantes para resolver os problemas.

Existem outros que são pragmáticos. Focam objetivamente nas circunstâncias e lançam-se na batalha para resolvê-las, não importa o tamanho do problema.

Existem outros que entram em grave sofrimento. Começam a ver tudo em volta negativamente e até desenvolvem depressão. Pessoalizam tanto que acabam achando que o próprio sacrifício resolveria o problema, pois no fundo sentem-se culpados pelo que aconteceu.

Alguns pensam em suicídio e outros chegam inclusive a cometê-lo, tamanha a agonia que lhes acomete. E há aqueles que desistem. Deixam o barco afundar sem sequer tentar salvá-lo. As vezes porque já pretendiam pular para outro ou porque já pularam.

A saída passa por encarar a crise de forma honesta

Somente uma dessas condutas é adequada para lidar com as crises financeiras e você sabe bem qual é. Enxergá-la de uma maneira prática é o primeiro passo para encontrar e seguir soluções práticas para o seu desfecho.

Os credores não desejam quebrar a empresa, pois assim perderão operações futuras e muitos deles nem receberão a sua parte. Os credores querem receber. Além disso, uma empresa só quebra se não tiver mais clientes suficientes para comprar seus produtos e não fizer os ajustes para isso.

Existem empresas que faturam 50 mil reais e são lucrativas e existem empresas que faturam 50 milhões e não são. As suas operações devem estar adaptadas à fatia de mercado que ela atende, traduzida nas receitas de vendas que possui.

Ser prático é, sobretudo, adotar um protocolo de resolução da crise com ações bem definidas. Equacionar o fluxo de caixa é a primeira delas. A empresa precisa saber e controlar diariamente seus recebimentos e pagamentos, de forma a obter fluxos de caixa positivos.

Renegociar as dívidas, buscando alongar os prazos e baixar os encargos é o próximo passo. Tanto o passivo fiscal, como o bancário e comercial podem ser parcelados. Até o passivo trabalhista se encaixa nesse perfil. Liquidar ativos pouco operacionais também é uma ação necessária para fazer dinheiro.

Além disso, é preciso aumentar a lucratividade, gerando mais caixa. Isso se consegue aumentando o volume de vendas e reduzindo custos e despesas. Ter planejamento e controle rigorosos é imprescindível – portanto, há de se considerar a implantação de uma política orçamentária. O orçamento mantém a empresa no rumo financeiro certo.

Por fim, também é necessário estabelecer um grupo de gerenciamento da crise, composto de pessoas com experiência, serenidade e conhecimento. Neste momento, pessoas de fora da organização podem dar uma grande colaboração. Existe luz no fim do túnel, por mais escuro e distante que eles possam parecer.

Você já experimentou uma crise no local onde trabalha ou no negócio que administra? Compartilhe conosco suas experiências através do espaço de comentários abaixo. Obrigado e até a próxima.

Foto financial crisis, Shutterstock.

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