A atividade industrial da China encolheu pelo quinto mês consecutivo em fevereiro, segundo pesquisa oficial divulgada nesta sexta-feira, aumentando a pressão sobre o governo para que implemente mais medidas de estímulo no momento em que o Parlamento se prepara para sua reunião anual na próxima semana.
O Índice de Gerentes de Compras (PMI) oficial do setor industrial, compilado pela Agência Nacional de Estatísticas, caiu de 49,2 em janeiro para 49,1 em fevereiro, com uma queda considerável no componente de produção.
O índice ficou abaixo da marca de 50 que separa crescimento de contração, e em linha com a previsão de 49,1 em uma pesquisa da Reuters.
Fatores sazonais contribuíram para parte do enfraquecimento, já que o Ano Novo Lunar caiu em 10 de fevereiro este ano e levou ao fechamento de fábricas.
No entanto, uma pesquisa do Caixin/S&P Global, divulgada logo após o PMI oficial, mostrou que a atividade industrial expandiu-se de forma constante, já que tanto a produção quanto o volume de novos pedidos cresceram mais rapidamente.
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Em conjunto, os PMIs destacaram uma recuperação econômica desigual, mantendo a pressão sobre as autoridades conforme os mercados clamam por medidas de estímulo mais ousadas e reformas para proteger o potencial de crescimento de longo prazo da China.
Com exceção de setembro do ano passado, o PMI oficial de indústria da China permanece em contração desde março de 2023.
“Esperamos que a dinâmica fraca de crescimento se estenda até março”, disse Ting Lu, economista-chefe para a China do Nomura, prevendo que o crescimento do PIB no primeiro trimestre seja de 4,0% em relação ao ano anterior, muito mais lento do que o ritmo de 5,2% registrado no quarto trimestre do ano passado.
A China só deverá divulgar sua meta de crescimento para o ano inteiro de 2024 após terça-feira, na reunião parlamentar, mas especialistas em política econômica esperam que Pequim mantenha uma meta de crescimento semelhante à do ano passado, em torno de 5%.
A decepcionante recuperação pós-Covid da China lançou dúvidas sobre os fundamentos de seu modelo econômico, aumentando as apostas para a ação do governo na reunião parlamentar.
A segunda maior economia do mundo vem lutando contra um crescimento abaixo da média no último ano, em meio a uma crise imobiliária e à medida que os consumidores retêm os gastos, as empresas estrangeiras desinvestem, os fabricantes lutam por compradores e os governos locais enfrentam enormes cargas de dívidas.
Pelo lado positivo, o PMI oficial não manufatureiro, que inclui serviços e construção, subiu de 50,7 para 51,4 em janeiro, marcando a leitura mais alta desde setembro do ano passado, graças à atividade robusta durante o feriado do Ano Novo Lunar.