Os atores de Hollywood em greve prometeram manter-se firmes em sua pressão por uma remuneração mais alta e outros ganhos, enquanto os estúdios rejeitaram uma exigência do sindicato de um bônus vinculado ao número de assinantes de TV por streaming.
Os negociadores de Walt Disney, Netflix e outras empresas de mídia disseram na quarta-feira que estavam suspendendo as negociações depois de analisar a última oferta do sindicato de atores SAG-AFTRA. A medida frustrou as esperanças de uma resolução rápida após um acordo com os roteiristas de cinema e televisão.
Em piquetes na quinta-feira, os atores disseram que estavam desapontados com o fracasso das negociações, mas que continuariam pressionando por aumentos salariais, proteções em torno da inteligência artificial e outras melhorias no local de trabalho.
“Esta é a parte do filme em que o herói é derrubado e você acha que ele está fora”, disse Jason George, membro do comitê de negociação do SAG-AFTRA, do lado de fora da Netflix. “E esta é a parte em que você se esforça, volta e ganha.”
Os membros do SAG-AFTRA, que representa 160.000 atores e outros profissionais da mídia, estão em greve contra os estúdios de cinema e TV desde julho. O sindicato retomou as negociações com os estúdios na semana passada, depois que o Sindicato dos Roteiristas da América (WGA, na sigla em inglês) encerrou sua própria paralisação de cinco meses.
Os dois lados estão em desacordo sobre o desejo dos atores de se beneficiarem do sucesso de séries e filmes em serviços de streaming, como os resíduos que os atores receberam durante décadas de transmissão de televisão e reprises. Inicialmente, o SAG-AFTRA havia solicitado que os membros do elenco recebessem uma parte da receita de streaming, mas mudou a proposta para um bônus por assinante.
O codiretor executivo da Netflix, Ted Sarandos, que participou das negociações junto com outros diretores executivos de mídia, disse que o SAG-AFTRA havia apresentado a “taxa” por assinante pela primeira vez na noite de quarta-feira.
“Sentimos que era uma ponte longe demais”, afirmou Sarandos na conferência Bloomberg Screentime na quinta-feira.