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Azul: BTG corta preço-alvo pela metade e retira “compra”

A forte depreciação do real nos últimos meses causou alguns danos em termos da estrutura de alavancagem financeira

por Gustavo Kahil
3 min leitura
Azul

O BTG Pactual cortou a recomendação de compra para as ações da Azul (AZUL4) de compra para neutra devido aos desafios relacionados à alavancagem no curto prazo, mostra um relatório enviado a clientes nesta segunda-feira (12).

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O preço-alvo foi derrubado de R$ 33 para R$ 17.

“O segundo trimestre é tipicamente uma temporada mais fraca, então nossas expectativas (e as do mercado) já levavam isso em conta. No entanto, a forte depreciação do real nos últimos meses causou alguns danos em termos da estrutura de alavancagem financeira da empresa (até 4,5x dívida líquida/EBITDA)”, apontam os analistas Lucas Marquiori, Fernanda Recchia e Marcelo Arazi.

Segundo eles, o mercado monitorará de perto a desalavancagem financeira da empresa e as notícias potenciais de um acordo com a Gol (GOLL4) como o principal risco de alta para as ações, além de um real mais forte.

Apesar do potencial de valorização significativo em relação ao preço-alvo, de 143%, as ações são negociadas a um múltiplo EV/EBITDA para 2025 implícito de 5 vezes, “o que está acima do múltiplo médio de negociação do setor nos níveis atuais”.

Teleconferência da Azul

A Azul realizou uma teleconferência nesta segunda-feira para discutir os seus resultados do segundo trimestre de 2024, que motivou uma baixa de 11,95% das ações.

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O analista Gabriel Rezende, do Itaú BBA, separou os cinco principais destaques da teleconferência:

Curva futura

1) Os rendimentos foram altamente impactados, mas estão se recuperando rapidamente. O Rio Grande do Sul trouxe cerca de R$ 200 milhões de impacto líquido para a Azul no trimestre, com parte relacionada a passagens vendidas com rendimentos baixos durante o trimestre. Isso já se normalizou, e a empresa compartilhou que sua curva de reserva futura está mostrando tarifas 27% maiores em agosto em comparação a abril.

Reestruturação

2) Negociações em andamento com os arrendadores das aeronaves sobre a conversão de capital. O plano de reestruturação do passivo da Azul determinou que ela poderia começar a converter parte do passivo dos arrendadores em capital no próximo trimestre ou fornecer pagamentos em dinheiro. No entanto, dado o desempenho das ações e a quantidade de dinheiro (ou ações) que seria necessária para compensar isso, a administração mencionou que voltou à mesa para potencialmente definir novos termos.

Atrasos

3) O impacto dos atrasos de aeronaves pode diminuir no segundo semestre. O impacto do tráfego internacional da empresa no trimestre passado devido a atrasos de aeronaves deve se normalizar no terceiro. A empresa antecipou planos para aumentar os ASKs internacionais em 22% na passagem trimestral.

BNDES

4) Financiamento do BNDES para desbloquear valor. A empresa já anunciou uma nova linha de crédito do BNDES, uma regular já usada por alguns clientes da Embraer (EMBR3) para financiar aquisições de aeronaves. No entanto, a nova linha de crédito, apoiada por recursos do FNAC, pode ser aprovada pela Câmara dos Deputados e entrar em vigor no final do ano. Isso significaria um novo financiamento vinculado ao real para a Azul.

Azul e Gol

5) Nenhuma atualização sobre as negociações com a Abra. Questionada sobre atualizações sobre potenciais negociações com a Abra, acionista controladora da GOL (GOLL4), a administração mencionou que deve atualizar o mercado em breve, fornecendo detalhes adicionais.

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