Com a Selic de volta a uma trajetória de alta, a B3 (B3SA3) tem poucas chances de reacender o mercado de IPOs (Ofertas Públicas Iniciais de Ações) e reverter a tendência de saída de empresas listadas. O número atual, de 427, é o menor desde março de 2021, quando havia 421 companhias.
Além disso, a Bolsa paulista não vê uma abertura de capital desde setembro de 2021, com a listagem da Vittia (VITT3), fabricante de defensivos biológicos. É a maior seca desde 2004, ano conhecido como a “reabertura dos mercados” e do início da série histórica.
A ausência de estreias na B3 em três anos acontece após o ‘boom’ de entradas em 2020 e 2021, quando 74 empresas protagonizaram uma corrida rumo à bolsa.
Nem mesmo nos momentos mais ‘memoráveis’ dos últimos 20 anos, como a crise do subprime em 2008 e o período conturbado para o mercado de ações durante e após os anos do governo Dilma Rousseff, a B3 ficou sem pelo menos um IPO.
Ao lado disso, o interesse no mercado de ações também não tem brilhado. Apesar de uma melhora em agosto na comparação com julho. Segundo analistas, a B3 está ciente das tendências difíceis e, por isso, diversificou as suas operações nos últimos anos.
“O negócio de ações vem mostrando sinais de estabilidade após alguns anos de tendência de queda, enquanto derivativos, balcão e renda fixa continuam ganhando relevância, dando uma sensação de que atingimos um ponto de virada para os resultados consolidados da B3”, ressalta o BTG Pactual.
Trajetória da Selic
Segundo o Bank of America, o juro no Brasil deve subir dos atuais 10,75% para o nível de 12% em janeiro do próximo ano, quando o Banco Central finalizará o ajuste.
(Com Quantum Finance)