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Baixa credibilidade do Brasil está escancarada, diz Goldman

Piora nas expectativas de inflação de médio prazo como um sinal preocupante, alerta o banco após a divulgação do Focus

por Gustavo Kahil
3 min leitura
Bandeira do Brasil

O economista-chefe para a América Latina do Goldman Sachs, Alberto Ramos, analisou o relatório Focus divulgado nesta segunda-feira (13) e destacou o desalinhamento entre os números fiscais projetados e as metas do governo brasileiro. Para Ramos, a expectativa de déficits primários persistentes até 2027 reflete a baixa credibilidade do quadro fiscal e sua incapacidade de ancorar expectativas de maneira efetiva.

“A mediana das expectativas para o saldo fiscal primário até 2027 permanece negativa, contrariando as metas de superávit do governo”, comentou.

Além disso, Ramos apontou a piora nas expectativas de inflação de médio prazo como um sinal preocupante. O economista ressalta que a manutenção dessas expectativas acima da meta de 3% compromete a eficácia da política monetária e encarece os esforços do Banco Central para atingir os objetivos inflacionários.

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Banco Central
Edifício Sede do Banco Central do Brasil, em Brasília (Imagem: Beto Nociti/BCB)

Veja o que disse o Goldman Sachs

Expectativas inflacionárias continuam em deterioração. As projeções para a inflação ao final de 2025 subiram para 5%, enquanto para 2026 passaram de 4,03% para 4,05%. “Esses números permanecem bem acima da meta de 3%”, destacou Ramos, indicando que o ambiente macroeconômico segue pressionado.

Prolongação das expectativas inflacionárias acima da meta gera custos adicionais. Segundo Ramos, “a inflação acima da meta de médio prazo contamina os mecanismos de formação de preços e torna mais custosa a ação do Banco Central para entregar inflação na meta”.

Selic elevada até 2027. O relatório Focus aponta que a taxa Selic esperada para o final de 2025 é de 15%, reduzindo gradualmente para 10,25% em 2027. Houve um ajuste de alta de 25 pontos-base para a projeção de 2027 em relação à semana anterior.

Crescimento do PIB mostra estabilidade. As projeções para o crescimento real do PIB em 2024, 2025 e 2026 foram mantidas em 3,50%, 2,02% e 1,80%, respectivamente. Ramos avalia que esses números demonstram um cenário de desaceleração econômica.

Déficits fiscais desafiam metas governamentais. “A mediana das expectativas para o saldo primário segue em território negativo até 2027: -0,50%/-0,60%/-0,50%/-0,30% do PIB, contrariando o caminho de superávits crescentes prometido pelo governo”, afirmou Ramos.

Perspectivas para dívida pública preocupam. Os déficits primários recorrentes indicam um aumento contínuo da dívida pública, evidenciando a fraqueza do quadro fiscal atual.

Real enfrenta depreciação estável. A mediana para a taxa de câmbio BRL/USD permaneceu em R$ 6 para o final de 2025, enquanto para 2026 subiu de R$ 5,90 para R$ 6.

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