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Banco Central terá de escolher entre mais inflação ou mais juros

"A tendência é que a trajetória de dívida cresça a taxas mais elevadas no futuro próximo", avalia o economista-chefe da Genial Investimentos

por Gustavo Kahil
3 min leitura
Banco Central

O desconforto dos investidores com a situação fiscal no Brasil, e a consequente reação sobre os ativos financeiros, deverá forçar o Banco Central a escolher entre uma inflação mais elevada ou mais juros, argumenta o economista-chefe da Genial Investimentos, José Márcio Camargo.

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Segundo ele, após um ligeiro alívio com a mudança de postura do presidente Lula quanto à necessidade de promover o ajuste fiscal, a divulgação do Relatório de Receitas e Despesas do governo federal decepcionou os investidores.

O relatório indicou um corte e contingenciamento de despesas de R$ 15 bilhões, mas trouxe também a indicação de que o governo não deverá perseguir a meta de déficit zero em 2024, mas que está satisfeito com o limite inferior do intervalo de metas que indica um déficit primário de – 0,25% do PIB, ou R$ 28,9 bilhões no ano.

Para Carmargo, por um lado, ao aceitar o limite inferior do intervalo de meta de superavit zero, caso ocorra alguma imprevisibilidade de receita ou de despesa, o governo deverá mudar a meta.

“Ou seja, voltamos à estaca zero na questão fiscal. Por outro lado, ao aceitar ficar no limite do intervalo, a tendência é que a trajetória de dívida cresça a taxas mais elevadas no futuro próximo, o que tende a aumentar os prêmios de risco do país e, portanto, reduzir os preços dos ativos”, pontua.

Ele ressalta que as taxas de juros dos títulos longos (2029) voltaram a níveis acima de 12% ao ano, o Ibovespa (IBOV) voltou para os níveis de 126 mil pontos e a taxa de câmbio (USDBRL) voltou a se aproximar de R$ 5,70.

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“Nesta trajetória, em algum momento, o Banco Central terá de escolher entre mais inflação ou mais juros”, conclui.

Inflação: IPCA-15

A alta do IPCA-15 desacelerou em julho diante da queda nos preços de alimentação, mas ainda ficou acima das estimativas sob pressão das passagens aéreas, com a taxa em 12 meses se aproximando do teto da meta de inflação.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) passou a subir em julho 0,30%, após ter avançado 0,39% em junho, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira.

O dado é o mais baixo desde abril, mas ficou acima da expectativa em pesquisa da Reuters de alta de 0,23%.

“O IPCA-15 de julho veio acima da nossa expectativa e com abertura pior do que a esperada, especialmente em função da aceleração dos serviços subjacentes, mostrando que a mínima do ano deve ter ficado em junho. Para frente, esperamos que o componente de serviços siga pressionado, refletindo o mercado de trabalho apertado. Também esperamos aceleração dos bens industriais, refletindo o câmbio mais depreciado”, avalia a economista Luciana Rabelo, do Itaú.

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