O Banco da Inglaterra manteve nesta quinta-feira a taxa de juros no maior nível em 16 anos, a 5,25, e algumas autoridades disseram que sua decisão de não reduzir os custos de empréstimos está agora “finamente equilibrada”.
O Comitê de Política Monetária banco central votou por 7 a 2 para manter os juros antes da eleição em 4 de julho, em linha com as expectativas dos economistas em uma pesquisa da Reuters.
O vice-presidente Dave Ramsden e Swati Dhingra continuaram sendo os únicos a defender um corte para 5%.
O presidente do Banco da Inglaterra, Andrew Bailey, disse em um comunicado junto com a decisão ser “boa notícia” que os dados mais recentes sobre a inflação tenham mostrado que a inflação está de volta à sua meta de 2%, mas que é muito cedo para cortar as taxas.
“Precisamos ter certeza de que a inflação permanecerá baixa e é por isso que decidimos manter os juros em 5,25% por enquanto”, disse ele.
A declaração de Bailey foi diferente da do mês passado, quando ele disse que estava “otimista” de que os dados caminhavam na direção certa para um corte nos juros.
A votação do banco central britânico acontece após decisão do Banco Central Europeu neste mês de começar a cortar as taxas de juros, enquanto os mercados financeiros não esperam que o Federal Reserve faça cortes até o final deste ano.
Os mercados consideraram improvável nesta quinta-feira um corte pelo Banco da Inglaterra antes de setembro ou novembro, embora uma pesquisa da Reuters com economistas publicada na semana passada tenha mostrado que a maioria esperava redução nos juros em 1º de agosto.
É provável que qualquer corte seja tarde demais para o primeiro-ministro Rishi Sunak, cujo Partido Conservador está cerca de 20 pontos atrás do Partido Trabalhista, de oposição, nas pesquisas pré-eleitorais.
Embora Sunak tenha buscado crédito pela queda da inflação desde que assumiu o cargo em outubro de 2022, quando ela estava no maior nível em 41 anos de 11,1%, os trabalhistas culpam a má administração econômica da líder anterior dos conservadores, Liz Truss, pelas taxas de hipotecas altas.
O Banco da Inglaterra disse que a eleição não teve impacto em sua decisão.
O banco central prevê que a inflação irá acima da meta conforme o efeito das quedas nos preços da energia é eliminado dos dados anuais de inflação, e repetiu sua previsão de maio de que a inflação será de cerca de 2,5% no segundo semestre de 2024.
Em um sinal de que o banco central pode estar mais próximo de cortar os juros, a ata mostrou que a decisão de manter os juros foi “finamente equilibrada” para alguns membros do comitê.
O Banco da Inglaterra disse que indicadores de persistência da inflação – principalmente o crescimento dos salários e a inflação de serviços – haviam se moderado desde a reunião de maio, mas continuavam altos.