O Banco Nacional da Suíça reduziu nesta quinta-feira sua principal taxa de juros em 25 pontos-base, para 1,50%, uma medida inesperada que o tornou o primeiro grande banco central a reduzir o aperto da política monetária destinada a combater a inflação.
O banco central, na primeira decisão sobre os juros desde que o presidente de longa data, Thomas Jordan, disse que deixará o cargo em setembro, também reduziu sua taxa de juros sobre depósitos à vista para 1,50%.
A decisão do banco central suíço, seu primeiro corte de juros em nove anos, foi a primeira de um dia movimentado para os bancos centrais da Europa, com o Banco da Inglaterra também anunciando sua decisão.
A decisão pegou os mercados de surpresa, fazendo com que o franco suíço atingisse o menor valor em oito meses em relação ao euro e os rendimentos dos títulos do governo suíço caíssem, ao mesmo tempo em que impulsionou as ações listadas em Zurique.
A maioria dos analistas consultados pela Reuters esperava que o banco central, geralmente conservador, mantivesse os juros em 1,75% e esperasse pelo menos mais três meses antes de agir.
A medida foi tomada depois que a inflação suíça caiu para 1,2% em fevereiro, o nono mês consecutivo em que os aumentos de preços ficaram dentro da faixa da meta de 0% a 2%.
“O afrouxamento da política monetária foi possível porque a luta contra a inflação nos últimos dois anos e meio tem sido eficaz”, disse Jordan a repórteres, observando como a inflação suíça tem se mantido abaixo de 2% por vários meses.
“De acordo com nossa nova previsão, é provável que a inflação também permaneça nessa faixa nos próximos anos.”
O banco central disse que estava levando em conta a redução da pressão inflacionária, bem como a valorização do franco suíço em termos reais ao longo do ano passado. O corte sustentará a atividade econômica, acrescentou.