Algumas autoridades do Banco do Japão defenderam no mês passado a necessidade de começar a eliminar gradualmente os fortes estímulos e estabelecer as bases para um futuro fim das taxas de juros ultrabaixas, mostrou nesta quinta-feira um resumo das opiniões em da reunião de outubro da autoridade monetária.
As discussões enfatizam como o banco central está procurando sair de seu regime acomodatício que já dura uma década, à medida que as perspectivas de inflação sustentada e crescimento salarial aumentam.
O presidente do Banco do Japão, Kazuo Ueda, disse ao Parlamento na quinta-feira que as empresas estavam se tornando mais ativas do que antes no aumento de preços e salários, sinalizando sua convicção de que o Japão está progredindo no sentido de atingir a meta de inflação de 2%.
“Esperamos que a tendência da inflação se aproxime gradualmente de 2%. Mas gostaríamos de esperar até que tenhamos mais convicção de que o cumprimento sustentado de nossa meta de preços está à vista”, disse Ueda.
“Até lá, manteremos as taxas de juros negativas e a estrutura de controle da curva de rendimentos.”
Na reunião de 30 e 31 de outubro, o Banco do Japão deixou inalteradas suas metas de taxas de juros ultrabaixas, mas afrouxou o controle da curva de rendimentos para as taxas de juros de longo prazo.
Embora os membros da diretoria do banco central considerassem que a medida visava, em grande parte, mitigar os efeitos colaterais do controle da curva, um deles disse que ela também ajudaria a “prosseguir sem problemas com a normalização” da política monetária, de acordo com o resumo.
Outra opinião mostrou que um membro da diretoria via as perspectivas de atingir de forma sustentável a meta de preços do banco central como tendo aumentado ainda mais desde a reunião anterior, em julho.
“Portanto, é necessário que o Banco do Japão ajuste gradualmente o grau de flexibilização monetária em relação a seu nível máximo”, disse o membro citado no resumo.