Home Economia e Política BC não consegue “domar” o mercado e Selic ficará mais alta

BC não consegue “domar” o mercado e Selic ficará mais alta

As projeções de inflação estão descoladas da meta de 3% há mais de um ano, o que afeta o ciclo de cortes da Selic

por Gustavo Kahil
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A última decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) realizada na última quarta-feira (20) já indicou uma desaceleração no ritmo dos cortes da Selic

O Banco Central não está conseguindo conter as expectativas de inflação do mercado financeiro e, como consequência desta inabilidade, terá que encerrar o ciclo de cortes da Selic em um patamar mais elevado do que se esperava.

A última decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) realizada na última quarta-feira (20) já indicou uma desaceleração no ritmo dos cortes, dos atuais 0,5% para 0,25%. A Selic está hoje em 10,75% ao ano.

“As projeções de inflação dos analistas capturadas pela pesquisa Focus estão descoladas da meta de 3% há alguns trimestres”, aponta o Itaú em um relatório assinado pelo economista-chefe Mario Mesquita e divulgado nesta segunda-feira (25).

Ele pontua que as projeções para os anos de 2025/26/27 começaram a subir no final de 2022. No primeiro trimestre do ano passado elas chegaram a 4%, diante da discussão sobre eventual revisão das metas de inflação para valores mais altos.

“Com a (acertada) decisão pela manutenção em 3%, como esperado, as expectativas recuaram, estando desde o terceiro trimestre de 2023 50 pontos-base acima da meta”, explica.

Menor ciclo para a Selic

O banco avalia que, dada a dinâmica e o balanço de riscos do cenário atual, que, entre outros fatores, envolve um cenário externo mais desafiador e uma atividade econômica e mercado de trabalho doméstico resilientes, há pouco espaço para redução das expectativas de inflação à frente.

“Isso não implica que a autoridade monetária deveria resignar-se, ao contrário. Com desancoragem persistente, é necessário manter a taxa de juros ao nível contracionista por mais tempo para a inflação convergir para a meta. Projetamos taxa Selic em 9,25% no final do ciclo, acima do nível neutro estimado por nós, entre 7,5% e 8,0%”, explica Mesquita.

A projeção anterior do Itaú era de uma Selic terminal a 9%.

O banco calcula que, em um cenário de aproximadamente três trimestres de desancoragem, existe um impacto de +52 p.b. na inflação esperada. Adicionalmente, mesmo que aconteça a hipótese improvável de reancoragem imediata para a meta de 3%, ainda existiria uma penalidade porque as expectativas permaneceram algum tempo acima da meta.

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