Finclass Vitalício Topo Desktop
Home Comprar ou Vender BC pode ter credibilidade “arranhada” se não elevar Selic, diz LCA

BC pode ter credibilidade “arranhada” se não elevar Selic, diz LCA

Consultoria não projeta uma elevação, mas reconhece "que são relevantes as chances de que o BC aumente a Selic"

por Gustavo Kahil
3 min leitura
Edifício-Sede do Banco Central, em Brasília, Selic

O Banco Central pode sofrer “arranhões em sua credibilidade” caso não eleve a Selic em setembro, tal qual projeta parte do mercado, avalia a LCA Consultores em um relatório enviado a clientes nesta terça-feira (20).

Finclass Vitalício Quadrado

De acordo com a análise, parte dos mercados avalia que o BC já se comprometeu com uma alta.

“Esse é um risco que talvez o BC não queira correr, sobretudo num momento delicado de iminente transição no seu comando”, opina a consultoria.

<<<Você frente a frente com Barsi: MBA tem desconto de R$ 8 mil hoje>>>

A LCA elevou a sua projeção para o PIB do Brasil de 2% para 2,6%, mas entende que esta revisão não seria suficiente para motivar uma mudança no juro, hoje em 10,5% ao ano.

“Nessas circunstâncias, o comportamento do câmbio ao longo das próximas semanas parece ter se tornado uma condicionante particularmente importante para a trajetória da Selic até o final de 2024. O refluxo parcial das pressões cambiais recentes nos leva, por ora, a contemplar a manutenção da Selic em 10,5% ao ano”, aponta o documento.

A LCA reconhece, contudo, “que são relevantes as chances de que o BC venha a elevar a Selic, mesmo se os desdobramentos das conjunturas internacional e doméstica não voltarem a criar pressão sobre o câmbio”.

Finclass Vitalício Quadrado

Taxas futuras

Num movimento inverso ao de ontem, a curva de juros ganhou inclinação nesta terça-feira, com as taxas curtas em baixa e as demais, em alta firme.

Declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, destacando que a alta da Selic, como precificado pela curva, não está decidida ainda e o avanço do dólar ante o real trouxeram ajustes nos principais vencimentos.

No fechamento, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 estava em 10,795%, de 10,844% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2026 caía de 11,55% para 11,48%.

O DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 11,41% (de 11,40%) e a do DI para janeiro de 2029, taxa de 11,45%, de 11,38%.

Tanto na entrevista à jornalista Miriam Leitão quanto em evento do banco BTG, Campos Neto ressaltou o caráter “data dependent” das próximas decisões de política monetária, o que explica o fato de o BC não ter colocado nenhum tipo de guidance.

De todo modo, reiterou que se for preciso a Selic vai subir. “Continuamos entendendo que é importante esperar, ver os dados”, afirmou hoje. Até porque, na entrevista, ele pontuou que há uma dúvida entre os membros do Copom se os riscos estão simétricos ou não, se o risco de aumento e queda de inflação, são iguais.

Foi um recado para os mais ‘hawkish’ com a política monetária e a curva respondeu com alívio nas taxas curtas e pressão de alta nas longas.

A probabilidade de aumento de 50 pontos-base para a Selic em setembro, ontem em 20%, caía para 12% a meados da tarde. O orçamento total de alta recuava a 155 pontos-base, de 160 pontos-base ontem.

Os cálculos são do economista-chefe do banco Bmg, Flávio Serrano.

O dólar fechou em alta de 1,31%, a R$ 5,4831. “Houve um desarme em posições, especialmente de hedge funds, que operam DI e câmbio de forma casada. Mas o cenário segue positivo”, afirma Beto Saadia, diretor de Investimentos da Nomos.

O Dinheirama é o melhor portal de conteúdo para você que precisa aprender finanças, mas nunca teve facilidade com os números.

© 2024 Dinheirama. Todos os direitos reservados.

O Dinheirama preza a qualidade da informação e atesta a apuração de todo o conteúdo produzido por sua equipe, ressaltando, no entanto, que não faz qualquer tipo de recomendação de investimento, não se responsabilizando por perdas, danos (diretos, indiretos e incidentais), custos e lucros cessantes.

O portal www.dinheirama.com é de propriedade do Grupo Primo.