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BCE mantém juro a 4%, enquanto mercado espera 6 cortes em 2024

Os mercados estão precificando quase 130 pontos-base de cortes este ano, abaixo dos cerca de 150 bps de aproximadamente duas semanas atrás

por Gustavo Kahil
3 min leitura
Kazimir disse que é necessário mais uma alta nos juros, uma vez que a inflação permanece muito elevada e as expectativas de inflação estão muito acima da meta de 2% do BCE.

O Banco Central Europeu (BCE) manteve o juro na região da zona do euro em 4%, mostra um comunicado enviado pela autoridade monetária às 10h15 desta quinta-feira (25).

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Os investidores estão apostando que o BCE reduzirá os juros seis vezes este ano, sendo que o primeiro movimento ocorreria em março ou abril.

Os mercados estão precificando quase 130 pontos-base (bps) de cortes este ano, abaixo dos cerca de 150 bps de aproximadamente duas semanas atrás.

“O Conselho do BCE continuará a seguir uma abordagem dependente dos dados na determinação do nível e da duração adequados da restritividade. Mais especificamente, as decisões do Conselho do BCE sobre as taxas de juro basear-se-ão na sua avaliação das perspetivas de inflação, à luz dos dados económicos e financeiros que forem sendo disponibilizados, da dinâmica da inflação subjacente e da força da transmissão da política monetária”, informou o comunicado.

A presidente do BCE, Christine Lagarde, tem afirmado que o BCE está no caminho certo para levar a inflação de volta à sua meta de 2%, mas que a vitória ainda não foi conquistada.

A decisão será seguida pela coletiva de imprensa da presidente do BCE, Christine Lagarde, que pode dar pistas sobre o momento de início dos cortes.

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“Os investidores estarão altamente sintonizados com a mais recente avaliação da inflação e das perspectivas de crescimento da presidente Christine Lagarde”, disse Susannah Streeter, chefe de dinheiro e mercados da Hargreaves Lansdown, em nota.

Veja o comunicado

  • COMUNICADO

Decisões de política monetária

25 de janeiro de 2024

O Conselho do Banco Central Europeu (BCE) decidiu hoje manter as três taxas de juro diretoras do BCE inalteradas. A informação que tem vindo a ser disponibilizada confirmou amplamente a anterior avaliação das perspetivas de inflação a médio prazo. Excetuando um efeito de base em sentido ascendente na inflação global relacionado com os produtos energéticos, a tendência descendente da inflação subjacente prosseguiu e os anteriores aumentos das taxas de juro continuam a ser transmitidos de forma vigorosa às condições de financiamento. As condições de financiamento restritivas estão a refrear a procura, o que está a ajudar a reduzir a inflação.

O Conselho do BCE está determinado a assegurar o retorno atempado da inflação ao seu objetivo de médio prazo de 2%. Com base na sua atual avaliação, o Conselho do BCE considera que as taxas de juro diretoras do BCE estão em níveis que, se forem mantidos por um período suficientemente longo, darão um contributo substancial para esse fim. As futuras decisões do Conselho do BCE assegurarão que as taxas diretoras serão fixadas em níveis suficientemente restritivos durante o tempo que for necessário.

O Conselho do BCE continuará a seguir uma abordagem dependente dos dados na determinação do nível e da duração adequados da restritividade. Mais especificamente, as decisões do Conselho do BCE sobre as taxas de juro basear-se-ão na sua avaliação das perspetivas de inflação, à luz dos dados económicos e financeiros que forem sendo disponibilizados, da dinâmica da inflação subjacente e da força da transmissão da política monetária.

Taxas de juro diretoras do BCE

A taxa de juro aplicável às operações principais de refinanciamento e as taxas de juro aplicáveis à facilidade permanente de cedência de liquidez e à facilidade permanente de depósito permanecerão inalteradas em 4,50%, 4,75% e 4,00%, respetivamente.

Programa de compra de ativos e programa de compra de ativos devido a emergência pandémica

A carteira do programa de compra de ativos (asset purchase programme ‒ APP) está a diminuir a um ritmo comedido e previsível, dado que o Eurosistema deixou de reinvestir os pagamentos de capital de títulos vincendos.

Durante o primeiro semestre de 2024, o Conselho do BCE pretende continuar a reinvestir, na totalidade, os pagamentos de capital dos títulos vincendos adquiridos ao abrigo do PEPP. No segundo semestre do ano, tenciona reduzir a carteira do PEPP, em média, em 7,5 mil milhões de euros por mês. O Conselho do BCE pretende descontinuar os reinvestimentos no âmbito do PEPP no final de 2024.

O Conselho do BCE continuará a aplicar flexibilidade no reinvestimento dos reembolsos previstos no âmbito da carteira do PEPP, a fim de contrariar os riscos para o mecanismo de transmissão da política monetária relacionados com a pandemia.

Operações de refinanciamento

Como os bancos estão a reembolsar os montantes dos empréstimos obtidos no contexto das operações de refinanciamento de prazo alargado direcionadas, o Conselho do BCE avaliará regularmente a forma como estas operações e a continuação do reembolso das mesmas estão a contribuir para a sua orientação da política monetária.

***

O Conselho do BCE está preparado para ajustar todos os instrumentos ao seu dispor, no âmbito do seu mandato, com vista a assegurar que a inflação regressa ao seu objetivo de 2% no médio prazo e a preservar o bom funcionamento da transmissão da política monetária. Além disso, o Instrumento de Proteção da Transmissão está disponível para contrariar dinâmicas de mercado desordenadas, injustificadas e passíveis de representar uma ameaça grave para a transmissão da política monetária em todos os países da área do euro, permitindo, assim, ao Conselho do BCE cumprir mais eficazmente o seu mandato de estabilidade de preços.

A presidente do BCE exporá as razões que determinaram estas decisões numa conferência de imprensa a realizar hoje às 14h45 (hora da Europa Central).

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