O Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) fez nesta semana sua primeira emissão de Letra de Crédito de Desenvolvimento (LCD) no mercado, alcançando o valor de R$ 60 milhões. A operação ocorre após o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) estrear as operações com o novo título de renda fixa na última sexta-feira, 29, quando captou R$ 71,5 milhões.
“O BDMG está atento às oportunidades de novas emissões, dentro do limite estabelecido pela resolução do Conselho Monetário Nacional, que poderá ocorrer ainda neste ano e nos próximos anos conforme estratégia de captação do Banco”, disse o presidente do BDMG, Gabriel Viégas Neto, em nota divulgada pela Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE), a quem o banco é associado
A resolução citada por Viégas Neto determina que os Bancos de Desenvolvimento poderão emitir, por ano, 6,5% do seu patrimônio líquido na forma do novo título de renda fixa. Para o BDMG, esse limite equivale a cerca de R$ 130 milhões anuais. Diretor financeiro do BDMG, Edmilson Gama, destacou que o valor limite é “substancialmente inferior” ao inicialmente estabelecido na aprovação da lei pelo Congresso. A ABDE já afirmou que irá debater esse assunto com a nova composição do Banco Central em 2025.
A ABDE estima que a LCD pode gerar, no primeiro ano, pouco mais de R$ 10 bilhões em novos recursos para o financiamento de longo prazo, podendo chegar, nos próximos quatro anos, até a R$ 40 bilhões. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), por exemplo, já tem hoje capacidade de emitir quase R$ 10 bilhões por ano. A associação representa, além do BNDES, do BRDE e do BDMG, o Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes).
O novo título tem cobertura do Fundo Garantidor de Créditos para pessoas físicas. Nesta modalidade, também há isenção de Imposto de Renda. A garantia é semelhante à aplicada nas Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e CDBs. A LCD pode ser adquirida também por pessoas jurídicas.