Conversando com o Ricardo e o Conrado esses dias, foi comentado que muitos investidores têm dúvidas sobre o que é benchmark e já tendo percebido que o assunto não é claro também nos e-mails que recebo de clientes, vou aproveitar e tratar do tema neste texto de hoje.
Benchmark é uma referência de mercado para que o investidor possa acompanhar o desempenho do seu investimento. Funciona como uma régua, a partir da qual se avalia se o resultado da aplicação está conforme o esperado.
Por exemplo, a maioria dos CDBs, LCIs, fundos de investimento renda fixa e multimercado têm o CDI como seu benchmark. A propósito, em se tratando de fundos de investimento, devemos lembrar que existem os de gestão ativa e os de gestão passiva.
No primeiro tipo, o objetivo do gestor é superar um determinado benchmark, isto é, render mais do que o indicador. Já no segundo caso, o objetivo é apenas seguir sua variação.
No Brasil, os benchmarks mais utilizados são o CDI e o Ibovespa. O CDI é o indicador que melhor representa o mercado de renda fixa, pois sua variação é muito próxima da Selic, a nossa taxa básica de juro.
Quando o investidor tem uma carteira de investimentos diversificada, o resultado geral obtido também deve ser comparado ao CDI, pois este é tido como o custo de oportunidade do investimento.
Já o Ibovespa é o mais representativo do mercado de renda variável, portanto frequentemente usado para avaliar o desempenho de ações e fundos de ações. Um bom fundo de ações sobe mais do que o Ibovespa.
Apesar da popularidade deste benchmark, muitos investidores profissionais preferem utilizar outros índices do mercado de ações como referência, como, por exemplo, o IBR-X e o IVBX. Há também fundos de ações que utilizam o IPCA como benchmark e buscam entregar um ganho real ao investidor – como IPCA + 4%, por exemplo.
O Ibovespa é muito criticado, pois apresenta problemas em sua metodologia, mas recentemente foi divulgada uma “reforma” que vai alterar a forma de cálculo do Ibovespa.
É importante colocar que o mercado financeiro engloba vários mercados, de diversos países. Assim sendo, há outros benchmarks além do CDI e do Ibovespa. Como exemplo, o mais representativo no mercado acionário americano é o S&P 500; no mercado japonês, o Nikkei 225.
No caso de investimentos em renda fixa fora do país, é comumente utilizado como referência os juros dos títulos americanos de 10 anos (UST 10Y). Nos mercados de moedas e commodities, as referências são os preços dos ativos.
O investidor que aplica em fundo cambial que compra dólares, por exemplo, deve comparar o resultado obtido pelo fundo com a variação do preço da moeda americana, lembrando que fundos cambiais também podem ser de gestão ativa ou passiva.
Por fim, o investidor não deve deixar de avaliar a performance de seus investimentos. Contudo, deve estar atento para utilizar o benchmark correto, lembrando que cada investimento tem um índice de referência correspondente e por isso devemos ter cuidado para não compararmos laranjas com bananas.
Importante também não esquecer que é mais correto avaliar a carteira como um todo e definir um benchmark para ela, pois assim evita-se mudar de investimento quando ocorrem variações de curto prazo. Investimento não é conta remunerada e só ganha quem tem horizontes de investimentos mais longos.
Consegui esclarecer todas as dúvidas sobre benchmark? Se não, envie uma mensagem para mim através do canal “Fale com a Sandra”, no site da Órama. Até a próxima.
Foto business chart, Shutterstock.