O bitcoin (BTCUSD) cedia no fim da tarde desta terça-feira, 3, apagando a resistência inicial às perdas em Wall Street e outros ativos de risco.
Siga o perfil do Dinheirama no Bluesky
A principal criptomoeda chegou a superar US$ 59 mil, mas perdeu ímpeto com a deterioração do clima nos mercados, à medida que o Nasdaq apontavas perda de cerca de 3%. A dinâmica é respaldada ainda pelas análises de que setembro tem sido um mês de volatilidade e com desempenho negativo para o bitcoin.
O bitcoin recuava 0,90% nas últimas 24 horas até 16 horas, a US$ 57.917,00, segundo a Binance. Na mínima em 24 horas, a criptomoeda tocou US$ 57.568,00. O ethereum, por sua vez, tinha recuo de 2,77%, a US$ 2.451,99 no mesmo intervalo.
Bitcoin em queda de até 20%
Analistas da Bitfinex afirmaram que o bitcoin pode cair entre 15% e 20% quando as taxas de juros nos Estados Unidos forem cortadas este mês, com um fundo de US$ 40 mil e US$ 50 mil, de acordo com carta publicada no website nesta terça-feira.
Os analistas citaram ainda que, historicamente, setembro tem sido um mês volátil para o bitcoin, com um retorno médio de -4,78% e um declínio típico do pico ao vale de cerca de 24,6%.
“Este não é um número arbitrário, mas baseado no fato de que o pico do ciclo em termos de retorno percentual reduz em cerca de 60 a 70% a cada ciclo e a correção média do mercado de alta também. Mas essa lógica pode ser negada facilmente se as condições macroeconômicas mudarem. Estes são tempos incertos para os traders”, pontua a Bitfinex.
Essa volatilidade, combinada com o potencial para uma reação de “venda de notícias” após um corte de taxa, pode apresentar riscos e oportunidades para os traders. “Enquanto isso, a crescente correlação do Bitcoin com ativos de risco tradicionais como o S&P 500 sugere que seus movimentos de preço permanecerão intimamente ligados às condições macroeconômicas globais”, ressalta a Bitfinex.
A analista sênior de mercado da XS.com, Rania Gule, também citou a dificuldade para criptos nos meses de setembro. Na visão da analista, o desempenho reflete os mesmos motivos pelos quais as ações geralmente não se saem bem no mês – os traders ficam desanimados após as férias de verão no hemisfério norte e também inclinados a realizar lucros quando há uma oportunidade antes do fim do ano.
Na sessão desta terça, investidores reagiam a dados fracos do setor industrial e de construção nos EUA. Os indicadores precedem a divulgação do payroll na próxima sexta-feira, que deve trazer nova referência para o rumo dos ativos e das criptomoedas.
(Com Dow Jones Newswires e Estadão Conteúdo)