O relatório de gestão de outubro de 2024 da Verde Asset, sob a liderança de Luis Stuhlberger, destacou o posicionamento estratégico em Bitcoin (BTCUSD) diante das eleições presidenciais dos Estados Unidos. Em um mês marcado pela expectativa da vitória de Donald Trump, o Verde adotou uma abordagem diversificada para proteger o portfólio e aproveitar oportunidades em um cenário global de incertezas.
A eleição americana foi o principal foco de atenção dos mercados, que já se preparavam para uma possível vitória de Trump.
Segundo o documento (veja abaixo), a gestora teve ganhos em posições compradas em inflação americana, no dólar contra o euro e o renminbi, e no livro de ações brasileiro. “As perdas vieram da posição em juro real nos EUA, de bolsa global e da pequena exposição em petróleo”, revela a gestora.
Ainda assim, o Verde registrou uma desvalorização de 0,18% em outubro, abaixo do 0,93% do CDI. No acumulado do ano, o resultado também é ruim, com uma alta de 6,2%, contra 8,99% do CDI. Em 2021, o Verde também havia recorrido ao Bitcoin para melhorar os seus resultados.
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Segundo o relatório, “os mercados gradualmente se posicionaram com viés de vitória de Donald Trump ao longo do mês,” e a confirmação do resultado, na primeira semana de novembro, superou as previsões em termos de extensão e impacto. Além de conquistar a presidência, o Partido Republicano assegurou o controle das duas casas do Congresso, o que amplia o poder de Trump para implementar sua agenda, que inclui políticas protecionistas, como aumento de tarifas comerciais contra a China, restrições à imigração e possíveis novos cortes de impostos.
Diante desse cenário de incertezas, o Verde fez ajustes importantes. Entre as mudanças, incluiu uma posição comprada em Bitcoin, considerada uma medida cautelosa para se proteger dos riscos associados à política econômica e monetária dos Estados Unidos. Esse movimento sinaliza a crescente aceitação das criptomoedas como uma forma de diversificação e defesa contra a volatilidade econômica.
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No entanto, após a confirmação da vitória de Trump, o fundo optou por ajustar algumas posições, incluindo a redução da exposição na curva de inflação implícita de curto prazo nos Estados Unidos, refletindo o impacto do resultado eleitoral sobre as expectativas inflacionárias e a política monetária do país.
Além do Bitcoin, o Fundo Verde também ampliou sua posição vendida no renminbi chinês, outra medida de proteção frente ao risco de escalada nas tensões comerciais entre Estados Unidos e China. O relatório menciona que essa estratégia é uma resposta à provável continuidade das políticas de Trump que afetam diretamente a economia chinesa, especialmente se novas tarifas sobre produtos chineses forem implementadas.
O Verde também manteve posições em outras classes de ativos para balancear o portfólio, incluindo posições em inflação americana, dólar frente ao euro e ao renminbi, e ações brasileiras. Contudo, algumas apostas não renderam como esperado, com perdas registradas na posição em juros reais nos Estados Unidos, em bolsa global e na exposição ao petróleo, esta última afetada pela volatilidade no mercado de commodities.
Em termos de alocação, o relatório revela que o fundo manteve-se cauteloso com relação aos ativos brasileiros, optando por uma postura “zerada” em bolsa nacional.
Esse posicionamento reflete a visão de Stuhlberger sobre o cenário fiscal desafiador no Brasil, onde o governo tem tido dificuldades em cumprir as promessas de controle de gastos e ajustes fiscais. “Os preços de ativos brasileiros seguem se deteriorando,” destacou o relatório, apontando ainda a pressão inflacionária interna, impulsionada pelo aumento dos preços de serviços e alimentos, o que deve manter o Banco Central em uma postura de alta de juros no curto prazo.
Outro ponto importante do relatório foi a abordagem prudente do fundo em relação ao crédito, tanto no mercado local quanto global. O Fundo Verde optou por manter alocações em crédito high yield, uma estratégia que visa gerar rendimento em um ambiente de juros elevados, mas sem expor excessivamente o portfólio ao risco de inadimplência.
Veja o relatório do Verde