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Carro não é investimento. Ponto.

por Conrado Navarro

Carro não é Investimento!Você deve ter trocado de carro nestes últimos 12 meses. Se não trocou, adquiriu seu primeiro carro ou um novo modelo. Acertei? Então agora responda sinceramente uma pergunta: das últimas vezes que trocou de carro, trocou porque precisava ou as “condições” eram favoráveis, o crédito fácil e o negócio “muito bom”? A indústria automobilística agradece sua dedicação. Carro não é celular. Ai eu ouço: “ah Navarro, ter um carro é uma conquista inesquecível”. Deve ser, acredito. Lembrar dele todo mês, por 60 meses, deve ser mesmo emocionante. Não interessa se o carro leva você pra lá e pra cá, carro não é investimento a não ser que você seja o revendedor.

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Crédito fácil é uma armadilha perigosa. Se as suaves prestações para comprar o carro de seus sonhos são a única saída para que você chegue lá, considere a possibilidade de comprar uma moto. Sério. Ou considere a possibilidade de poupar, engordar seu dinheiro e negociar o valor à vista do carro. Pode demorar até que tenha o dinheiro, é verdade. E daí? É mais fácil gastar a poupar, você deve estar pensando. Pare com isso.

Deixe de lado o imediatismo e o consumismo característicos de nossa população e pense um pouquinho no quanto trabalha para ganhar seu dinheiro. Vai entregá-lo assim tão facilmente, pagando juros tão altos? Aliás, você sabe quanto de juros está pagando quando compra um carro nestas condições? De novo eu ouço: “mas Navarro, a prestação cabe no meu bolso”! Ótimo, mas isso não significa que você pode comprar o veículo. Não enquanto você não entender o que é ter um carro.

Antes de comprar o carro, você pesquisou o valor do seguro? Em quantas seguradoras? Pensou no IPVA, licenciamento e seguro obrigatório e o peso que eles terão no seu orçamento? Aqui sempre vem uma resposta interessante: “O 13o. salário é pra isso. Uso sempre pra pagar essas coisas”. Muito inteligente, não é mesmo? A chance de receber um merecido bônus vai pro espaço. Ou melhor, pro carro. Isso sem falar que você pode sair do emprego e receber menos do que esperava. E ai? Bom, o dinheiro é seu. Pense bem.

Eu faria diferente. Que tal poupar mensalmente um valor, investi-lo (usar o poder dos juros compostos) e ao final do ano ter o montante para pagar estas despesas? Sinta a satisfação de receber seu 13o. salário como algo realmente inesperado e pare de comprometer receitas não creditadas em sua conta corrente. Isso é um péssimo hábito.

Ainda tem mais. O carro é feito para rodar, andar, certo? Bom, ele vai precisar de combustível, trocas periódicas de óleo, revisões programadas (e não programadas), troca de pneus, manutenção de freios, garagem (ou estacionamento) e de manutenção mecânica. Esqueci alguma coisa? Ah sim, de vez em quando você vai levá-lo para um bom “banho”. Como já aprendemos em artigos anteriores, nada é de graça. Claro que você não se esqueceu de simular alguns destes valores antes de comprar o carro, certo? Pois é. Responda rápido: qual o custo médio da revisão de seu carro? Qual foi o valor pago na última manutenção de freios? Quanto já gastou só de lavagem com seu veículo? “Pô Navarro, não enche! Que neurose”. Chame do que quiser.

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Que tal saber que depois de quatro ou cinco anos de financiamento, você terá pago quase o valor de dois carros novos e seu carro vai estar desvalorizado em quase 60%? Dito isso, alguém pode me explicar a matemática que transforma o carro em um investimento? Se você usa o carro para trabalhar, a visão é outra. Neste caso, ele deve ser considerado como um ativo. De novo, investimento não!

Aceite: carro não é pra qualquer um. Tirar o carro do concessionário é a parte mais fácil, você deve ter percebido. Eles são objetos maravilhosos até que o documento de propriedade esteja em seu nome. Calma, eu não sou nenhum “anti-poluidor”, “anti-veículos-motorizados” ou qualquer coisa do tipo. Somos iguaizinhos, acredite. Talvez eu valorize um pouquinho mais os centavos e principalmente o poder de uma simples calculadora. Só isso. Ah, eu tenho um carro, acredite se quiser.

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