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A mágica do dinheiro fácil e rápido!

por Conrado Navarro
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Dinheiro fácilDaniel escreveu: “Bem Navarro, você deve receber milhares de perguntas todos os dias, certo? Vou fazer a minha, vai que eu consigo uma resposta. Qual o melhor tipo de aplicação para um período de apenas 6 meses? Sendo que começaria com mil reais e todos os meses colocaria mais mil reais? Existe alguma que sirva para casos como esse? Obrigado”!

Daniel, são em média 10 mensagens por dia, mas a sua fiz questão de publicar. Quase 50% dos e-mails que recebo traduzem o interesse do leitor em ganhar dinheiro rápido, super rápido. Sua intenção é entender quais opções são interessantes e discutir o curto prazo como opção de aplicação, certo? Não me parece daqueles querendo mágica. Ainda bem. Curto ou curtíssimo prazo são palavras comuns na minha caixa de entrada e isso pode ser perigoso.

Mágica é mágica. Dinheiro é dinheiro.
Cuidado com os maus (e falsos) exemplos dados em muitas prosas de bar ou no almoço de domingo. Aquele primo, que ficou rico em um ano porque “está mexendo com essa tal Bolsa de Valores”, pode na verdade estar fazendo algo mais perigoso e que quase ninguém desconfia: mentindo. Acontece. Será que é só isso que ele anda fazendo? Humpf! Achar que algo vai fazê-lo ficar rico assim tão rapidamente pode frustrar suas tentativas de investimento e minar sua auto-estima. Dinheiro é coisa séria.

Vejo muitos leitores se inspirando em Warren Buffet e George Soros. Calma lá pessoal. A história deles é muito bacana, o QI financeiro deles é elevado e a inteligência emocional privilegiada. Ora, eles ganham muito dinheiro do dia pra noite porque movimentam muito dinheiro. Dinheiro com dinheiro se ganha. Deixe a mágica de lado. E não, eu não estou dizendo que não devam ler suas obras e dicas. “Interpretação de texto faz parte da prova”, assim falava um professor meu.

Já falei e repito, seu emprego não vai torná-lo rico, isso é uma opção sua (só sua) e não um dever da empresa. Trabalhar dá dinheiro? Dá! Trabalhar para si mesmo pode dar mais. Aprender a fazer seu dinheiro trabalhar por você dá muito mais. Mas isso sim é assunto para o bar.

A rentabilidade deve ser construída
A melhor opção para você aplicar seu dinheiro é aquela que você escolher. Passado o curto prazo, seja lá o que isso signifique para você, a realidade será essa: sempre haverá alguém que ganhou mais dinheiro que você e sempre haverá alguém que ganhou menos dinheiro que você. Preferimos nos lamentar pelos poucos (ou muitos) “por centos” que deixamos de ganhar a vibrar com os mesmos poucos (ou muitos) “por centos” que conseguimos conquistar.

Não estou sendo hipócrita ou simplista ao dizer que você deve comemorar o que ganhou, ainda que tenha sido pouco. Estou sendo realista. Aprender a multiplicar seu patrimônio requer dedicação e conhecimento e à medida que essa base cresce, cresce também a rentabilidade. Querer ganhar dinheiro à beça em apenas 6 ou 12 meses, a partir de um produto fantástico oferecido pelo colega, é assumir publicamente sua ingenuidade e favorecer o caráter imediatista vivido pela grande maioria da população. Nada justifica a falta de planejamento passado.

Chega de bronca! Vai me ajudar ou não Navarro?
Vou, vou sim. Seu dinheiro não vai se multiplicar tanto quanto você gostaria no curto prazo, isso já ficou claro? Aprender a lidar com suas expectativas é a lição número um. Além disso, há outras coisas a se considerar:

  • Imposto de renda: as alíquotas para movimentação em fundos são altas para períodos de 180 ou 365 dias. Dependendo da rentabilidade acumulada, o dinheiro em conta pode frustrá-lo depois que o governo levar a parte dele.
  • Operar na Bolsa não é só comprar e vender: eu particularmente adoro as histórias de quem ficou rico com a Bolsa de Valores. Sugiro que você também enalteça tais pessoas, mas entre com cuidado e comece devagar. Estude primeiro, tenha boas companhias e invista seu tempo em aprimorar seu senso de negociação. Se notar que o mercado costuma bater mais em você do que você nele, pule para um clube de investimentos ou fundo de ações.
  • O risco: quando o assunto é dinheiro, risco é algo fundamental de se entender. Ao contrário do que todos costumam pensar, risco não é algo necessariamente ruim. Risco é a chance de algo dar errado, mas é também a chance de algo dar certo. No mundo financeiro, quanto maior o risco maior o retorno. Se em 6 ou 12 meses você procura por dinheiro garantido, com poucas chances de evaporar, sua rentabilidade não será das melhores. Mas aprenda que é assim. Ponto.

O que posso fazer então?
Se você é dos que tem dinheiro para investir e não se preocupa com uma eventual queda de patrimônio no curto prazo, procure um bom corretor e trate de entrar no mercado de ações e derivativos. Arrisque, mas assuma as consequências. Se você gosta de andar por estradas mais tranqüilas, prefira aplicações como CDB, fundos referenciados DI, fundos multimercado conservadores ou a boa e velha caderneta de poupança (que está de fôlego renovado).

Qual o melhor investimento?
Pare de procurar resposta para a pergunta do milhão. Que tal procurar pelo melhor investimento para você? Notou a sutil diferença? Quem tem pouca reserva não pode se dar ao luxo de participar do pregão da Bovespa, ainda que eu fale que a Bolsa dá dinheiro. Quem tem muito dinheiro e ainda assim prefere os imóveis e a poupança pode estar perdendo a oportunidade de multiplicar seu patrimônio. Mas isso não interessa quando este alguém está feliz e satisfeito com o que está fazendo.

Créditos da fotografia para Marcio Eugenio

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