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Quanto é ser rico? E muito rico?

por Conrado Navarro
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Quanto é ser muito rico?Confesso que sempre senti muita admiração pelo mundo dos ricos[bb] e muito ricos. Não pela ostentação, comum e alvo de parte deste texto, mas pelas trajetórias e biografias. Como estranho a essa realidade que sou, sempre tive uma visão limitada, simplista e por vezes preconceituosa dessa gente. Só quero compreender as raízes do sucesso de tão poucos afortunados.

Recentemente, ganhei um exemplar do livro “Riquistão” (Editora Manole), de Robert Frank, premiado colunista do Wall Street Journal. O sub-título encontrado na capa do livro chamou minha atenção: “Como vivem os novos-ricos e como construíram suas megafortunas”. Será que o livro tem respostas para muitas de minhas perguntas? A leitura agradável, repleta de dados, estatísticas e fatos, durou apenas dois dias. Em contrapartida, a viagem diante das palavras de Robert continua.

O presente artigo é estranho, admito. Não se trata de uma resenha, nem de um misto de dicas específicas de economia ou investimentos[bb]. Quero apenas compartilhar incríveis descobertas sobre o mundo dos ricos – norte-americanos por enquanto – e com isso delinear alguns importantes fatores de sucesso e eventuais deslizes cometidos pela turma dos endinheirados. Se ficar rico é uma opção (assim acredito), que tal conhecer essa alternativa mais de perto?

Das celebridades e dinheiro fácil
Li que somente 3% dos multimilionários da atualidade são celebridades e menos de 10% herdaram o dinheiro que possuem. Aprendi que a riqueza vista nos mais diversos ramos de atuação profissional vem da capacidade de empreender, abrir e criar empresas diferenciadas e da inteligência financeira diante das oportunidades da vida.

Do mundo dos muito ricos
Mordomos, assistentes do tipo “faz tudo” e casas de mais de dez cômodos são coisas que, até hoje, eu só vi na TV. Pobre de mim. São vários os negócios especializados em treinar e certificar profissionais como mordomos, governantas, garços e motoristas de alto nível. Pessoas de excelente trajetória universitária, formação cultural diferenciada e que chegam a ganhar mais de US$ 120 mil dólares por ano lá fora.

“O mordomo perfeito consegue supervisionar trinta prestadores de serviço – dos limpadores de piscina e paisagistas ao instalador de home theater e o tratador de cães. É capaz de administrar um orçamento doméstico anual de US$ 2 milhões e detalhar cada item dele em uma planilha Excel”

Li que metade da riqueza total norte-americana foi criada ao longo dos últimos dez anos. Li também que, em 2004 (pela primeira vez na história), a população de milionários nos EUA ultrapassou em tamanho a da Europa. Aprendi que todo esse crescimento no número de milionários é resultado do surgimento de novas tecnologias, do importante crescimento dos mercados financeiros[bb] e também do fluxo incrível de produtos e informações entre os países.

Ah, sim, para estar entre o 1% que representa as maiores fortunas norte-americanas, é necessário ter um patrimônio líquido de US$ 6 milhões. A cifra é alta, o desafio idem! Quanto vale a pena perseguir esse objetivo? Quando chegar lá, será que o conseguirmos será suficiente? Confesso, permaneço repleto de dúvidas. Robert, me ajude!

“Embora os ricos de hoje ganhem mais dinheiro do que jamais poderiam imaginar e comprem todas as bugigangas que possam desejar, sentem dificuldade em desfrutar de seu êxito. São jovens demais para se aposentar, motivados demais para relaxar e preocupados demais em continuar no páreo com ‘o cara da vez’ para que consigam viver a célebre vida de ócio”

Do problema de ter muito
Li que a compra desenfreada de artigos de luxo tem sido impulsionada em parte pela pressão dos iguais. Ora, se o desejo de se equiparar ao vizinho acomete as classes média e baixa, por que não haveria de atacar também os ricos? É, caro leitor, aprendi que os ricos (em geral) gastam para mostrar que podem. Será?

Isento-me de qualqer julgamento, fique tranquilo. Alguns exemplos interessantes dos desejos dessa turma: Larry Ellison, o fundador da Oracle, mantém um iate de 454 pés (138 metros). Seu tamanho foi revisto para cima quando ele soube que não seria o maior barco particular do mundo. Enfim, enquanto falamos ele já perdeu para um xeique do Oriente Médio.

Biltmore Estate, nos aredores de Asheville, Carolina do Norte, é a maior residência construída nos EUA, com 255 cômodos distribuídos em mais de 16000 metros quadrados. Algumas quadras de esporte, um cinema, um spa, dois salões de jogos e muitas outras coisas completam o empreendimento.

Da felicidade advinda do dinheiro
A sociedade vive importantes reflexos do enorme crescimento de milionários no mundo. O reflexo positivo fica por conta das chances de também vencer, da possibilidade de brilhar, melhorar seu padrão de vida. A inspiração transforma e o exemplo arrasta, é verdade, mas o reflexo negativo traz a realidade de volta:

“O consumo exacerbado torna os outros habitantes menos felizes, pois a felicidade é definida em grande parte pelo desempenho de cada um em relação àqueles que estão à sua volta. Com tanta gente enriquecendo tanto – e ostentando a prosperidade na TV e em público – os não-ricos contraem um sentimento de inveja, inadequação ou uma combinação de ambos”

Inveja, só se for a “inveja boa”, como dizem alguns amigos meus. Claro, muita gente quer ser rica, muito rica, e não há mal algum nisso. O importante é acreditar e encarar o dinheiro como uma consequência.

O mundo dos ricos descrito por Robert Frank em “Riquistão” traz incríveis novidades ao que julgamos ser o caminho para o sucesso financeiro. Ele também mostra o lado humano dos ricos, as grandes brigas de poder e os insucessos (algo frequente por sinal) dos ultra-ricos.

Deixando de lado o tamanho dos barcos e a quantidade de mordomos ou motoristas que cada milionário tem, aprendi que a viagem até lá começa aqui, hoje, agora, com o primeiro passo. Você vem?

Crédito da foto para stock.xchng.

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