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Viajar e pagar no exterior: cartão de crédito, pré-pago ou dinheiro?

por Conrado Navarro
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Guilherme comenta: “Navarro, vou viajar para o exterior e preciso levar dinheiro em moeda estrangeira, mas não sei o que devo fazer. Muitos amigos comentaram sobre o cartão pré-pago específico para viagens, enquanto outros ainda preferem o cartão de crédito. E dinheiro em espécie e os traveler checks, valem a pena? Estou confuso. Você me ajuda? Valeu”.

Viajar, um verbo cada vez mais colocado em prática pelos brasileiros. Depois de décadas de economia instável, hiperinflacionada e sem uma política monetária decente, o Brasil finalmente oferece aos seus cidadãos a possibilidade de planejar melhor suas viagens. A renda crescente, o câmbio estável e a grande concorrência no setor de turismo criam o cenário perfeito para sair de casa por alguns dias.

Duas dúvidas tem “tirado o sono” de muitos leitores:

  • Qual a principal diferença entre as cotações do dólar? Já abordei esta questão no artigo “Entendendo Dólar Comercial, Turismo e Paralelo”;
  • Como pagar pelos itens comprados na viagem ao exterior? Neste artigo farei um pequeno resumo das alternativas disponíveis para o pagamento, bem como um comparativo baseado em minha opinião. Minha expectativa hoje é tentar responder a esta segunda questão.

A verdade é que você não precisa pensar apenas nos extremos moeda em espécie e cartão de crédito. Além disso, opções antes populares – traveler checks, por exemplo – agora quase não figuram mais entre as saídas encontradas pelos brasileiros para viajar.

Dinheiro

Recomendado em pequenas quantidades, já que servirá apenas para o pagamento de gorjetas, pequenos traslados e serviços mais simples e rápidos. Se você for daqueles muito acostumados a sempre usar o cartão de débito ou realizar saques, prefira levar um pouco mais de dinheiro e também um cartão pré-pago (veja a seguir) com dinheiro. As taxas para saque e utilização do cartão de débito convencional podem gerar surpresas desagradáveis no seu extrato bancário.

Sugestão de uso para o dinheiro: depois de viajar algumas vezes, decidi não andar com mais de US$ 40,00 por dia de viagem. Ou seja, para uma viagem de 10 dias, levo, no máximo US$ 400,00 em espécie.

Cartão pré-pago

Trata-se da alternativa que mais combina com a ideia de planejamento da viagem, já que ele permite que você adicione crédito quando quiser. Isso significa que você pode planejar a próxima viagem e, desde já, poupar e guardar para os gastos lá fora, bastando para isso ir comprando moeda através do cartão pré-pago.

Também é muito interessante para viagens com grupos grandes, já que permite que pais e responsáveis abasteçam o cartão com uma quantia pré-definida e evita que os gastos ultrapassem o limite real estipulado. Tão seguro e aceito quanto o cartão de crédito, ele tem nas taxas de câmbio sua principal desvantagem.

Sugestão de uso para o cartão pré-pago: se você se antecipa e planeja a viagem com antecedência, prefira essa modalidade. Mesmo que os preços da moeda sejam mais elevados, ele permitirá a você poupar mensalmente, impedindo sustos maiores em caso de gastos elevados apenas na época da viagem. Indicado para compras e gastos supérfluos, já que o limite é a quantidade de dinheiro que você colocou antes de usá-lo (o que evita o endividamento).

Cartão de crédito

Amplamente aceito no mundo, o cartão de crédito tem na comodidade e na segurança seus maiores aliados. No entanto, a alta taxa de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), hoje em 6,38%, pode tornar a fatura ainda mais salgada. O valor convertido em reais só será conhecido na chegada da fatura, o que pode ser bom, se o valor da moeda no fechamento for mais baixo do que o de antes da viagem, ou ruim, quando a cotação for mais alta. Expliquei em detalhes a conversão no artigo “Como é calculada a cotação do dólar nas faturas de cartão de crédito?”.

Sugestão de uso para o cartão de crédito: para não cair na armadilha da comodidade, use o cartão de crédito apenas para os serviços essenciais já planejados antes da viagem, como Hotel, aluguel de carro, ingressos, passagens etc. Para tudo que for luxo, compras ou fora dos planos, prefira o cartão pré-pago.

Cheque de viagem (Traveler Check)

Muito utilizados antes da popularização dos cartões, os cheques de viagem caíram em desuso. Apesar de ser mais barato para aquisição (taxas de câmbio melhores e sem tarifas), o número de estabelecimentos que aceita este tipo de pagamento vem caindo.

Sugestão de uso para o cheque de viagem: se puder optar pelos cartões pré-pagos e de crédito, evite o uso dos traveler checks.

Comparativo

A tabela abaixo resume o que penso de cada uma das modalidades detalhadas neste artigo:

Comparativo - Alternativas de pagamento no exterior

Espero que o texto tenha cumprido seu objetivo. Reitero, contudo, que não há verdades absolutas quando se trata de planejamento financeiro. Conhecer as alternativas precisa ser uma ação combinada com seus hábitos familiares e principais decisões financeiras. Há quem tenha pavor de cartão de crédito, mas há também quem morre de medo de ser assaltado. Defina sua estratégia e a reavalie sempre. Boa viagem!

Nota: Post atualizado no dia 21/2/2017.

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