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Como ganhar mais e investir melhor diante dos juros baixos?

por Conrado Navarro
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Como ganhar mais e investir melhor diante dos juros baixos?Alessandro comenta: “Navarro, nossa taxa básica de juros (Selic) caiu mais uma vez. Com ela, a rentabilidade dos produtos conservadores (renda fixa) e da caderneta de poupança também caiu. No entanto, a inflação parece não dar trégua, e segue fora da meta do governo – o que significa que teremos dificuldade para rentabilizar nosso patrimônio. Que tal opinar sobre isso? Obrigado”.

Quem seria capaz de dizer, há 10 anos, que o Brasil teria juros nominais na casa de um dígito? O sonho de ver nosso dinheiro custando “mais barato” (juros mais baixos nas compras, financiamentos etc.) sempre foi compartilhado por todos, é fato, mas seus desdobramentos vão além do esperado aumento no consumo. A notícia de que a taxa Selic está no menor patamar de sua história (7,5% ao ano) merece destaque também porque representa um desafio para os investidores acostumados com os elevados ganhos sem risco da renda fixa.

A multiplicação do patrimônio através de investimentos está sofrendo uma importante reviravolta. A caderneta de poupança, agora rendendo 5,25% ao ano (70% da Selic), poderá apresentar rentabilidade negativa se a inflação persistir como está – os amigos do Blog “Quero Ficar Rico” escreveram sobre isso. E tudo indica que o dragão permanecerá acordado, já que o governo manteve a meta de 4,5% para 2013 e o mercado trabalha com números maiores que 5% para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).

Cinco passos para dinamizar seus investimentos
O novo cenário de juros baixos coloca diante do investidor a necessidade de buscar retornos maiores, mas sem abrir mão da segurança. O desafio está em fazer a correta alocação de ativos (clique aqui para um excelente material neste sentido). Algumas sugestões podem ajudá-lo:

1. Definir objetivos claros de curto, médio e longo prazo.
O brasileiro típico tem uma característica imediatista e focada em resolver problemas – o que implica em enxergar o curto prazo como um mês e o longo prazo como, no máximo, um ano. Olhar além do horizonte de 12 meses é muito difícil porque “até lá muita coisa pode mudar”. Será?

Minha sugestão é que você passe a associar suas metas a um horizonte temporal. Abaixo explico o que eu costumo fazer:

  • Curtíssimo prazo. Objetivos relacionados a períodos inferiores a seis meses. Neste grupo, coloco a compra de itens básicos de consumo, viagens a trabalho, cursos de especialização. Para garantir que o dinheiro estará disponível para tais propósitos, nada de arriscar – uso a boa e velha caderneta de poupança, isenta de taxas e impostos;
  • Curto prazo. Objetivos alocados em períodos entre seis e dezoito meses. Aquisição de itens para casa, revisões do veículo e programação de viagens de férias são algumas metas que fazer parte deste grupo. O curto prazo exige que os aportes sejam feitos em aplicações conservadoras. No meu caso, se tenho menos de um ano até o objetivo ou tenho que ficar fazendo aportes regulares, fico na poupança. Quando tenho os 18 meses e um bom recurso para começar, uso CDBs de bancos médios e o Tesouro Direto;
  • Médio prazo. Objetivos dispostos entre dezoito meses e cinco anos. A troca do carro, a compra de um imóvel na planta para investir e uma viagem mais longa com a família são alguns dos objetivos hoje presentes no meu controle. Para estes casos, gosto de títulos públicos pós-fixados (NTN-B), CDBs de bancos médios (até R$ 70 mil, limite garantido pelo FGC) e Fundos de Investimento Imobiliários (FIIs). Repare que a segurança continua sendo importante, mas já uma opção mais dinâmica (FII);
  • Longo prazo. Objetivos a serem conquistados depois de cinco anos. Geração de renda passiva como fonte principal de sustento, a abertura de um novo negócio e a construção/compra de um imóvel maior para a família (que crescerá) são exemplos do que hoje alimento com investimentos mais arrojados. Neste grupo, coloco 30% do capital em títulos públicos pós-fixados (NTN-B) e os 70% restantes em ações (foco em pagadoras de dividendos e gestores diferenciados).

2. Incluir economia e finanças como prioridade familiar.
Não adianta levantar sempre a pergunta “Qual o melhor investimento?” se você não possui sequer um orçamento doméstico minimamente atualizado e, mais, se não consegue viver abaixo de suas possibilidades (gastar menos do que ganha e investir um pouco).

Mas também não pense que será necessário frequentar cursos técnicos entediantes sobre finanças, bolsa de valores e afins. Comece participando de palestras gratuitas de empresas sérias (corretoras, bancos), participe de feiras como a ExpoMoney (gratuita), compre e leia mais livros de finanças pessoais (clique aqui para um sobre planejamento financeiro e aqui para um material sobre investimentos) e, principalmente, fale mais sobre tudo isso com a família.

3. Rever o grau de aversão ao risco.
Já foi fácil rentabilizar o patrimônio sem risco. Bastava aplicar em um fundo de renda fixa indicado pelo gerente bancário e esperar pelo passar dos meses. Essa realidade já era. Tenha em mente o exemplo da caderneta de poupança, que mesmo com a rentabilidade em queda ainda é melhor que 60% dos fundos de renda fixa oferecidos no mercado.

Isso quer dizer que as opções de investimento voltadas para a segurança do patrimônio ainda são as mesmas (renda fixa, é claro), mas que o percentual destinado aos investimentos mais arrojados terá que aumentar se você quiser garantir uma rentabilidade média melhor no passar dos anos. Se você gosta do desafio de aprender e quer gerenciar pessoalmente sua carteira, sugiro que você comece estudando os FIIs e os Fundos de Índice (ETFs), para só então partir para negociação de papéis de empresas.

Você não poderá mais ignorar os investimentos que não conhece, sob pena de perder dinheiro (renda fixa pode perder para a inflação). A hora é de descer das tamancas, ser humilde e buscar conhecimento relacionado à composição de sua carteira – cada vez mais produtos de previdência estão fazendo isso. Sugiro começar pela leitura do material preparado pelo amigo Henrique Carvalho (clique aqui).

4. Automatizar investimentos.
Se você tem uma carreira que quase não permite tempo para tomar decisões de investimento ou simplesmente não gosta do assunto, não o ignore. Busque um bom gestor (sim, existem vários e já falamos com vários deles em nossas entrevistas por aqui) e aceite que, a partir de agora, a rentabilidade terá que ser construída, diferente do passado.

Neste sentido, use e abuse da tecnologia e dos serviços oferecidos hoje em dia para automatizar seus investimentos. O Tesouro Direto permite, por exemplo, que os cupons pagos semestralmente (pós-fixados) sejam reinvestidos de forma automática. Transferências agendadas (DOC ou TED) ou aportes programados em aplicações (fundos de investimento, poupança, títulos etc.) podem ser feitos usando o sistema on-line de seu banco.

5. Empreender.
Já fomos conhecidos pelo país em que os cidadãos tinham que empreender para garantir sua sobrevivência – e os negócios eram todos amadores, informais e familiares. Hoje já somos uma nação em que reina o empreendedorismo por oportunidade, ou seja, aquele em que o empresário encontra uma chance de sucesso e decide arriscar-se nessa busca.

A julgar pela melhora no cenário interno, crescimento da renda e níveis de atividade do comércio e serviços (a indústria é o ponto fraco do momento), o fato é que cada vez mais brasileiros tomarão a decisão de iniciar seu próprio negócio como forma de gerar mais riqueza a partir do patrimônio já acumulado. Você pode ser o próximo.

Não se engane, o texto é sobre educação financeira!
Pode parecer que acabamos de discutir a situação econômica do Brasil, seu futuro e como devemos encará-lo. Não foi. Ou melhor, foi muito mais que isso. Previsões, medidas de aquecimento, cortes nos juros e controle da inflação são assuntos associados a um linguajar técnico, chato e que pouco nos atrai. Os desdobramentos destes temas, no entanto, mexem diretamente com nosso bolso.

Portanto, tratamos aqui de educação financeira. O investidor que ignorar essas mudanças corre o risco de ver minguar suas aplicações e, em um caso extremo, achar que isso é ruim. Deixar de ser um país emergente para ser uma potência passa por importantes reformas (que os governos não fizeram), mas também pela nossa atitude e comportamento diante dessas mudanças. A reflexão me faz lembrar a pergunta feita pelo amigo Antonio de Julio: você está preparado para um Brasil de primeiro mundo? Ele até escreveu sobre isso.

Dinheirama Online
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Fico por aqui, obrigado e até a próxima. Ah, não se esqueça de me procurar também no Twitter: @Navarro. Abraço.

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