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Guia do investimento-anjo para empreendedores

por Bruno Yoshimura
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Guia do investimento-anjo para empreendedoresO anjo é o tipo de investimento realizado em empresas nascentes por pessoas físicas que geralmente aportam entre R$ 10 mil e R$ 500 mil reais em troca de uma parcela minoritária da companhia que varia de 5% a 15%. Além do dinheiro, o investidor adiciona conhecimento e contatos que ajudam a maximizar as chances de sucesso do negócio.

Recentemente, fiz um investimento-anjo no Rabixo, um serviço de assinatura de cuecas e outros produtos masculinos que busca facilitar a vida do homem que não tem tempo livre, não se lembra ou simplesmente não quer comprar itens essenciais para o seu dia a dia.

Como empreendedor, levantamos em 2010 uma rodada para o Kekanto com dois investidores-anjos que foram Florian Otto (CEO do Groupon) e Vinicius Marchini (sócio de um fundo de private equity). O Kekanto é uma comunidade de pessoas que gostam de explorar a cidade, compartilhar opiniões e conhecer gente nova.

Depois de ter passado pela situação de um investidor e empreendedor, consegui entender um pouco melhor a dinâmica, vantagens e desvantagens desta modalidade. É o que pretendo abordar neste artigo, acompanhe.

Vantagens do investimento-anjo

1. Tempo e facilidade. Levantar dinheiro com fundos de Venture Capital é um processo que pode ser longo e demorado e um investimento-anjo é muito mais ágil e simples. Não é apenas o processo de abordagem e reuniões que demora nas rodadas de investimentos com fundos, mas o due diligence e papeladas podem tomar algumas semanas preciosas. Na maioria dos casos, os investimentos são realizados dentro dos círculos de amigos e familiares dos empreendedores (veja neste post), o que deixa tudo mais rápido.

2. Custos. Os custos envolvidos na transação são muito menores. O nível de detalhe dos contratos vai depender da negociação, mas pode ser tão simples como a alteração de um contrato social para adição dos novos sócios (cerca de R$ 500,00 reais). Vai depender da confiança entre investidor e investido, mas se for para fazer um contrato “perfeito”, poderá sair de R$ 5 mil a R$ 50 mil (com Acordo de Acionistas, Vesting e outros termos).

3. Ideias inovadoras protegidas. Muitos empreendedores tem medo de abrir as ideias para muitas pessoas e, quando você está tentando levantar com fundos, vai precisar falar com pelo menos uma dezena deles. Se você tem anjos na sua rede de contatos, não precisará abrir sua ideia para muita gente.

4. Conselheiro “grátis”. Se conseguir atrair uma pessoa que agrega muito valor para sua empresa, terá um conselheiro gratuito por vários anos. Além de ajudar na estratégia, esta pessoa pode abrir a sua rede de contatos e ajudar você e seu negócio em uma rodada de investimentos posterior. No caso do Kekanto, o investidor anjo foi a ponte essencial para levantarmos a rodada com os fundos.

Desvantagens e perigos do investimento anjo

1. Pessoas erradas. Levantar o dinheiro com anjos que não entendem nada do seu negócio e que podem influenciar demais nas decisões pode ser um problema. Esta situação pode ficar ainda pior se a pessoa tiver muito “apego” por este capital investido e não entenda os riscos envolvidos.

2. Aporte muito pequeno. É possível que a quantidade de dinheiro não seja suficiente para levar a empresa muito longe e seja necessária uma nova rodada.

3. Avaliação do valor da empresa menor. Se conseguir levantar a primeira rodada diretamente com um fundo, vai conseguir mais dinheiro e com um valuation geralmente melhor. O difícil é conseguir fazer isso no Brasil, pois por aqui é muito mais incomum do que nos mercados maduros.

4. Complexidade e burocracia semelhante a fundos. Se os termos requeridos pelo investidor-anjo forem tão complexos quanto aos de uma rodada com um fundo, a velocidade pode ser prejudicada.

O que buscam os investidores-anjos?
Os investidores podem estar buscando diferentes objetivos, sendo alguns deles:

  • Retornos maiores de investimento, especialmente com os juros em queda no Brasil e menor rentabilidade de fundos de renda fixa;
  • Contato com as partes mais legais do empreendedorismo, que são as das ideias e as estratégias;
  • Expandir conhecimento em novas áreas e aprender muito;
  • Networking com novas pessoas.

Quem são eles e como abordá-los?
Eles são empreendedores. Pelos últimos investimentos realizados no Brasil e Estados Unidos vejo que no mercado de startups de internet hoje em dia é muito comum ver empreendedores como investidores.

Eles são familiares e amigos, gente que você conhece há um bom tempo, com quem você se relaciona e que pode acreditar na sua ideia a ponto de colocar dinheiro nela.

Eles são grupos profissionais de anjos, como Gávea Angels, São Paulo Angels, Floripa Angels, Bahia Angels, Alterosa Angels, Range Recife Angels e Anjos do Brasil, por exemplo.

Para abordá-los, o mais fácil é começar pela própria rede de amigos e familiares, depois de amigos de amigos. Indicação é a forma mais fácil de conseguir tração com investidores – neste sentido, quanto mais próxima a indicação, melhor. Caso tenha esgotado as chances, procure os anjos que estão ativos no mercado e os grupos de anjos citados acima.

Espero ter contribuído com detalhes sobre o investimento-anjo no Brasil. Volto com mais informações em breve. Até lá e um abraço.

Foto de sxc.hu.

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