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Disciplina não é sinônimo de obrigação

por Conrado Navarro
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Disciplina não é sinônimo de obrigação

Disciplina não é sinônimo de obrigaçãoÉ interessante olhar as pessoas que consideramos bem-sucedidas de uma forma mais crítica e detalhada – entendê-las é um exercício interessante na busca por autoconhecimento, amadurecimento e novas maneiras de lutar por nossos objetivos e sonhos. Aprender com os outros é crucial, sempre!

Pois bem, que característica chama mais sua atenção nas pessoas de sucesso? Eu fiz essa pergunta para cinco pessoas, solicitando que cada uma delas escolhesse cinco características de um total de 30 possíveis, sem ordem de importância ou qualquer tipo de ordenação (pedi que transcrevessem de próprio punho). As respostas foram:

  • Pessoa 1: compaixão, determinação, disciplina, foco e arrojado;
  • Pessoa 2: vitalidade, foco, disciplina, amor ao próximo e caráter conciliador;
  • Pessoa 3: sonhador, tranquilidade, paciência, disciplina e bom negociador;
  • Pessoa 4: disciplina, apegado à família, compaixão, metódico e vitalidade;
  • Pessoa 5: bem informado, tecnológico, disciplina, animado e paciência.

Leve em conta que essa foi uma pesquisa informal, sem qualquer pretensão estatística ou acadêmica. Ainda assim, achei legal abordá-la por aqui. Repare que a única característica mencionada por todos os participantes foi a disciplina. Interessante, não acha?

Fui além e perguntei quem eram as pessoas imaginadas pelos amigos que responderam à pergunta e, felizmente, pude ter acesso a um dos “personagens” idolatrados por um deles, um amigo de longa data. Comentei sobre a pesquisa, falei dos resultados e pedi que ele desse sua opinião sobre o que eu havia acabado de descobrir.

“A maioria das pessoas acha que disciplina é uma maldição ou algo que está obrigatoriamente associado com obrigação. Você fala de disciplina com as pessoas e elas logo pensam nos atletas ou em pessoas obcecadas por alguma coisa. A questão é mais profunda: trata-se de quais são nossas prioridades e se elas são verdadeiras o suficiente a ponto de exigir de nós a disciplina necessária para alcançá-las”, disse Max (nome fictício, a pedido do entrevistado).

Achei muito bacana ele mencionar a palavra prioridade em sua resposta, afinal sempre acreditei que nosso poder de realização e nossa capacidade de superação só são realmente testados quando temos um objetivo muito bem traçado e realmente conectado com nossos princípios.

Ao ouvir essa minha reflexão, Max acenou com a cabeça e completou: “Basta ver quanto tempo e energia as pessoas desperdiçam vendo TV ou fazendo coisas inúteis, quase sempre se arrependendo depois. Costumo dizer que tem muita gente ‘disciplinada’ em termos de TV e bobagens, talvez mais do que eu ou você nos negócios e nos exercícios, mas que não se dá conta disso”.

Compartilhei com Max minha visão de que há muitas pessoas focadas em tarefas e resultados, mas não nas prioridades pessoais e objetivos familiares. “A disciplina só faz sentido se os resultados forem consequência de metas inteligentes, mas o que a maioria faz é tomar a posição de alguém (status) como um objetivo e viver infeliz e angustiado tentando alcançá-la. Onde não há compromisso genuíno, não há como a disciplina se desenvolver naturalmente”, ele arrematou.

O sentido das atividades disciplinadas do indivíduo bem-sucedido está calcado nos seus valores, princípios e prioridades, e não nas expectativas e/ou demandas sociais. Logo, fica fácil entender porque a disciplina de alguns parece um exagero aos olhos de muitos (estes não entendem como alguém pode fazer algo distante do status de forma tão insistente).

Para muitos não ocorre que alguém possa correr e praticar exercícios de forma regular e intensa por puro prazer e busca por mais qualidade de vida. Ou ler; ou meditar; ou estudar; ou abrir empresas e por ai vai. A disciplina, portanto, não é uma maldição, mas um ingrediente tão natural quanto sorrir (Max, obrigado por essa lição).

Simples? Nem um pouco! A questão é se temos um norte moral e objetivos suficientemente conectados com nossos anseios; quanto nos conhecemos e qual nosso grau de influência diante das expectativas dos outros. E aqui a coisa geralmente se complica…

Você tem alguma experiência neste sentido para relatar? Qual sua opinião sobre disciplina e seu poder na busca por realização pessoal? Use o espaço de comentários abaixo e deixe sua opinião. Obrigado e até a próxima.

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