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Como falar de dificuldades financeiras em família

por Adriana Spacca Olivares Rodopoulos
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Como falar de dificuldades financeiras em família

Um índice de endividamento de mais de 60% das famílias, um comprometimento de renda da ordem de 30% (Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor da CNC – Confederação Nacional de Bens, Serviços e Turismo), inflação e alta dos juros constituem um cenário onde muitas famílias começam a enfrentar desequilíbrios sérios em suas finanças.

Mas e os filhos? Até que ponto os pais devem envolvê-los nessa questão? Os pais devem poupar seus filhos e tentar esconder a situação? De que forma os pais devem abordar o problema?

Quando se trata de dificuldades financeiras, muitos pais não sabem exatamente como proceder. E é sobre isso que vamos falar hoje, através de dicas simples que podem facilitar a comunicação e o processo de reestruturação financeira da família.

1. Sobre a decisão de envolver ou não os filhos nesta questão

Se a dificuldade é uma coisa passageira e não exigirá um esforço sensível da família para se recuperar, ou seja, situações em que os pais conseguem contornar sem ter de afetar a vida dos filhos e as suas próprias de maneira muito profunda, vale a pena “economizar” os filhos dessa preocupação.

Entretanto, se a coisa estiver muito complicada é recomendável que os filhos saibam que algumas coisas vão mudar por algum tempo.

Nesse caso, o menos é mais, principalmente com crianças e pré-adolescentes. Explicar o que aconteceu, o que será modificado e por quanto tempo já é o suficiente. Isso passa segurança para os filhos e os fazem sentir que são parte da solução de uma dificuldade temporária.

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2. De que forma os pais devem abordar o assunto

Falar sobre a questão da forma mais simples, honesta e direta possível é sempre a melhor opção. Deixar muito claro que são os pais que estão no controle da situação e que a participação dos filhos é de colaboração também é fundamental.

É muito importante que os filhos não se sintam responsabilizados pela dificuldade ou pela solução. Eles devem se sentir parte da solução.

Os pais precisam passar segurança neste momento e a melhor forma é dizer que estão com um problema e que já estão tomando as devidas providências, mas que precisarão da colaboração dos filhos para atravessar esse momento. E que assim que as coisas forem se resolvendo, a rotina da família vai voltando ao normal aos poucos.

E não devemos nos esquecer de comunicar os avanços e de agradecer o esforço deles ao longo e ao final do processo de reestruturação financeira.

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3. Como agir quando a mesada precisa ser reduzida ou até suspensa

Se os pais chegaram à conclusão de que vão ter que reduzir ou até mesmo suspender a mesada, isso tem de ser explicado. E vou repetir: da forma mais direta, simples e honesta possível.

Aliás, essa possibilidade deve ser mencionada quando começamos a dar mesada para os filhos. Eles precisam saber que aquela quantia é uma fatia do rendimento dos pais, como uma fatia de bolo. Bolo menor, fatia menor.

É natural que os filhos se sintam um tanto perdidos com uma redução na mesada. Portanto, os pais devem ajudar, orientar e até impor determinadas ações, sempre deixando claro que a situação é temporária e se todos contribuírem, mais rápido as coisas voltarão ao normal.

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4. A necessidade de manter um ambiente emocionalmente estável

Todos os membros da família devem estar muito atentos ao velho ditado: “Casa em que falta o pão, todo mundo grita e ninguém tem razão”.

Quando temos problemas financeiros, é natural que a nossa mente fique sobrecarregada com preocupações e em arrumar formas de sair dessa situação. E o sistema mental que utilizamos para dar conta dessas questões é também o responsável pelo nosso autocontrole, atenção e concentração.

Portanto, se direcionamos a energia desse sistema para resolver as questões financeiras, sobra menos energia para as questões que envolvem autocontrole, e daí podemos ficar mais irritadiços, impacientes e até mal-educados.

A boa notícia é que podemos recarregar a energia desse sistema fazendo coisas de que gostamos, aquelas coisas que nos fazem “esquecer da vida”. Então, mesmo em meio a uma situação de adversidade, é recomendável encontrar um espaço para fazer coisas que nos fazem bem, porque isso vai nos ajudar a alimentar o sistema mental que utilizamos para resolver o problema.

Momentos de adversidade como estes, quando bem administrados na medida do possível, podem se transformar em grandes aprendizados para todos e contribuir para a união e fortalecimento dos laços familiares.

Se você está passando ou já passou por um momento assim, compartilhe conosco suas experiências. Um abraço e até a próxima.

Foto “Family drawing money”, Shutterstock.

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