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Candidatos à Presidência: Avaliação de seus Investimentos

por Sandra Blanco
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Candidatos à Presidência: Avaliação de seus Investimentos

No início do mês de julho, os candidatos à presidência declararam seus patrimônios ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A declaração de bens é obrigatória para o registro da candidatura. Quem ainda não viu, pode acessar a matéria no site InfoMoney clicando aqui.

Por força do hábito, acabei analisando cada carteira como se fossem de meus clientes. Neste post, vou comentar os investimentos que mais aparecem nas declarações dos candidatos, abordando suas vantagens e desvantagens. Os carros declarados não foram considerados como investimentos, pois geram despesas e perdem o valor com o passar do tempo.

A ordenação dos investimentos está disposta de forma decrescente, ou seja, do maior volume de investimentos para o menor. Confira abaixo quais os investimentos mais encontrados nas carteiras do presidenciáveis deste ano.

1.  Imóveis

Casas, apartamentos e terrenos são os itens que mais se repetem nas carteiras dos candidatos. Por serem bens de alto valor, as carteiras parecem estar mais concentradas nesta classe de ativos. Isto ainda porque estão declarados pelos seus valores históricos, que estão bem abaixo dos valores de mercado, ou seja, dos preços que poderiam ser obtidos se fossem vendidos hoje, já que o setor imobiliário teve grande valorização nos últimos anos.

O investimento em imóvel é atraente pela segurança que imprime, pois é um ativo real e também porque funciona como proteção contra a inflação. As desvantagens incluem baixo rendimento e custos de manutenção, com impostos e taxas.

Poucos são os casos de aluguel com rendimento superior a 0,5% do valor do imóvel, e quando estes não estão alugados, as despesas somadas, considerando condomínio, conta de água, luz e IPTU, resultam em rendimento negativo.

Segundo a Pesquisa Global de Opinião dos Investidores de 2014, realizada pela Franklin Templeton, uma das maiores gestoras do mundo, o investimento em imóveis foi citado como o preferido pelos brasileiros.

2. Participação em empresas

As participações em empresas refletem o desejo dos indivíduos de serem donos dos seus próprios negócios. A oportunidade de ter uma renda maior e um padrão de vida melhor superam o risco de abrir uma empresa. O Brasil sempre se destaca quando o assunto é empreendedorismo, no entanto, aproximadamente 30% das micro e pequenas empresas fecham no primeiro ano.

3. Aplicação em renda fixa (CDB e LCI)

Acredito que o perfil conservador dos investidores explique a grande alocação em produtos de renda fixa, como dos certificados de depósito bancário (CDB) e letras de crédito – imobiliária (LCI) ou do agronegócio (LCA).

A vantagem do CDB sobre as letras de crédito é a liquidez. Enquanto é muito comum encontrar CDB com resgate diário, letras de crédito (LCI ou LCA) são mais difíceis. Recentemente, o prazo de vencimento das letras de crédito (LCI ou LCA) está entre 180 e 360 dias.

Porém, as letras de crédito (LCI ou LCA) têm, como maior vantagem, a rentabilidade. Entre os produtos de renda fixa são os que entregam rendimentos maiores, pois são isentas de imposto de renda e de taxas.

Tanto as aplicações em CDB como em LCI e LCA são cobertas pelo FGC (Fundo Garantidor de Crédito, o mesmo fundo que preteje a poupança) até o limite de R$ 250 mil por CPF e por instituição emissora.

4. Poupança

Os candidatos possuem mais aplicações em outros produtos de renda fixa do que na caderneta de poupança, apesar da pesquisa Radiografia do Investidor, realizada pelo Ibope em 2011, apontar que a maioria dos brasileiros que investe ainda prefere a caderneta de poupança.

É considerado um investimento de baixo risco, de alta liquidez e de fácil acesso, no entanto esta opção é a menos rentável, apesar de ser isenta de imposto de renda.

Poucos investidores sabem que para que seu dinheiro renda com a poupança é preciso que o investimento complete sua data de aniversário. Em outras palavras, se você aplicou no dia 1º de um determinado mês, terá que esperar até o dia 1º do próximo mês para ter rendimento.

5. Previdência Privada

A previdência privada é vista por muitos como uma modalidade de investimento conservadora, todavia ela pode embutir risco, já que alguns planos podem investir até 49% do patrimônio em renda variável.

A maior vantagem dos planos de previdência privada é a possibilidade de reduzir o imposto a pagar, quando escolhidos adequadamente. Caso contrário, a carga tributária poderá ser aumentada e você pagará impostos em dobro.

A principal desvantagem é o tempo que o dinheiro dever ficar aplicado para pagar menos imposto, mais de seis anos.

Considerações Finais

Se estes candidatos me procurassem, pedindo uma avaliação dos seus investimentos, o que eu diria a eles?

Com base no que foi declarado, as carteiras poderiam ter uma diversificação mais eficiente. A concentração em imóveis e a grande participação em empresas resultam em baixa liquidez, ou seja, seria difícil converter estes bens em dinheiro para adquirir outros bens ou aproveitar diferentes oportunidades.

Daria os parabéns a eles por optarem por aplicações em renda fixa como CDB e LCI/LCA em vez da poupança. A previdência privada, quando escolhida criteriosamente, é uma opção para diversificação, mas, sobretudo, uma forma de planejamento tributário.

Quanto ao dinheiro que está em espécie ou parado em conta corrente, que não está entre os principais bens declarados, mas que chamou atenção pelo alto valor declarado por parte da presidenta Dilma (R$ 152 mil), deveria ser avaliado o quanto é necessário para o pagamento das próximas contas e despesas e o restante aconselharia ser investido em aplicações conservadoras, de alta liquidez e baixo risco, como os fundos DI.

Aliás, os fundos de investimentos são excelentes veículos para maximizar a rentabilidade das carteiras, inclusive os fundos de ações de menor risco, que são indicados para todos os perfis de investidores, pois o risco é mais baixo do que os fundos de ações tradicionais.

Fundos são opções ainda melhores para um público como os presidenciáveis, que não têm tempo para acompanhar os mercados e selecionar os ativos com maior potencial de valorização.

Lembrando que em caso de dúvidas sobre opções de investimento para cada perfil e objetivo, estou disponível através do canal “Fale com a Sandra”, no site da Órama. Obrigada e até a próxima.

Nota: Esta coluna é mantida pela Órama, que contribui para que os leitores do Dinheirama possam ter acesso a conteúdo gratuito de qualidade.

Foto “Money allocation”, Shutterstock.

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