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Se a vida é tão efêmera, por que somos tão apegados às coisas?

por Renato De Vuono
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Se a vida é tão efêmera, por que somos tão apegados às coisas?

Há uma história muito antiga que fala sobre um grande homem que habitou esse planeta há mais de 2000 anos. Independente de crença, se nos atermos apenas ao texto há muita sabedoria nisso tudo. Esses dias me deparei com essa passagem, que me foi dita por um grande amigo e, acreditem, mestre das finanças:

“Vende tudo quanto tens, reparte-o pelos pobres, e terás um tesouro no céu; vem, e segue-me.”

Quando ouvimos isso, a primeira coisa que sentimos é uma enorme estranheza, não? Logo depois vem o sentimento profundo de… “Nem a pau!”. Eu me sinto exatamente assim, mas o interessante de qualquer texto é que nos é permitido a liberdade de interpretá-lo de muitas maneiras diferentes.

Para mim, o que está realmente contido nesta passagem é uma lição sobre apego material, não só a coisas, mas também a pessoas. A pergunta implícita aqui é: quanto você está preparado para perder tudo que tem e todos que ama? Difícil, não é? Afinal, jamais nos preparamos para abrir mão, apenas para ganhar mais e mais.

Você está disposto a perder? Quanto?

Quantas vezes você reagiu de maneira serena frente a uma perda material, procurando o lado positivo do aprendizado para perseguir novas vitórias? Mais importante, você está preparado para novas perdas? Para maioria de nós, isso tudo é algo raro.

Somos muito apegados a tudo o que supostamente temos: dinheiro, objetos, pessoas. E o apego traz consigo consequências importantes para nossa vida, como insegurança, avareza, orgulho e arrogância.

Sentimentos estes que nos levam através de caminhos dolorosos, em que o ganho material não é capaz de suprir as perdas emocionais. Já me vi trilhando esse caminho muitas vezes e, ainda hoje, me pego fazendo-o; o desequilíbrio causado é enorme.

Agora, você já parou para pensar que a vida é efêmera e muito frágil? Que em um minuto você está respirando, mas no próximo pode não estar? Então qual é o sentido de trocar coisas reais e edificantes como o amor e as amizades por algo tão comum como dinheiro? Se isso não faz sentido para você, calma, não o censuro.

O dinheiro é realmente um fragmento social de grande impacto em nossas vidas diárias, afinal ainda não somos capazes de trocar abraços por comida; talvez por isso todo esse papo pareça tão demagógico. Mas, acredite valoroso amigo, no apagar das luzes, não é nada disso!

Os mais ricos são os mais desapegados! Como assim?

E se eu te falasse que grandes gênios, donos de grandes impérios, conseguiram suas fortunas a partir do desapego? Parece loucura e uma distorção de toda a lógica, não é? Quando me propus a estudar a história de vida de caras que admiro, entre eles Walt Disney, Richard Branson e Steve Jobs, ficou claro para mim que esses caras são (ou foram) pessoas completamente desprendidas do dinheiro e da posse.

No outro extremo, todos eles sempre foram totalmente comprometidos com seus sonhos, objetivos e, mais que tudo, com o aprendizado da jornada. Todos, sem exceção, não tinham apego a pequenas coisas como a maioria de nós e falharam retumbantemente, chegando inclusive a falir e ficar sem nada. Ainda assim, hoje são referências. E todos eles, quando estavam no chão, aprenderam lições valiosas e se reergueram.

Para conseguir construir a Disneyland, Walt Disney usou sua própria apólice de seguro de vida como garantia de um empréstimo, arriscando o futuro de sua família. Se houvesse apego, ele faria isso? É certo que não!

Parece que seu mindset estava em outro plano, onde se compreende que aqui só temos uma chance: se quisermos escrever nosso nome na história, temos que arriscar! Por isso só existiu um Steve Jobs ou um Walt Disney num planeta de 7 bilhões de anônimos. A maioria de nós é muito apegada a miudezas e não tem coragem de arriscar o que é necessário para fazer a diferença.

Ah, sim, eu sei que esses caras representam a exceção da exceção. Mas todos nós podemos nos destacar, nem que seja dentro do microcosmo de nossa própria família. Podemos ir além, quando finalmente aprendermos que a vida é uma contagem regressiva, e que cada dia chegamos mais perto do fim.

Se o fim é certo, o que de fato você tem a perder?

Veja, não estou sugerindo que “venda tudo e me siga”, mas que se desapegue das coisas (nada de fato é nosso, tudo é emprestado) e viva a vida intensamente, de forma a perseguir incansavelmente seus sonhos.

Pode ter certeza que, ao optar por se desapegar do dinheiro, relegando-o ao seu verdadeiro papel (o de uma ferramenta) e apegar-se aos seus ideais, fazendo o melhor que puder em tudo o que trabalhar, ele (o dinheiro) fluirá abundantemente para suas mãos. Isso não é paradoxo nenhum, é a simples realidade.

Há outro pensamento popular que diz que “o dinheiro corre de quem corre atrás dele”. É por aí. Corra atrás de fazer tudo o que ama muito bem feito que o resultado chegará. É batido, eu sei, mas o dinheiro jamais deve ser objetivo, e sim consequência. Grande abraço e até a próxima!

Foto “Happy family”, Shutterstock.

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