Home Economia e Política A crise na BRF e a escolha dos conselheiros nas empresas familiares

A crise na BRF e a escolha dos conselheiros nas empresas familiares

por Thomas Lanz
0 comentário
A crise na BRF e a escolha dos conselheiros nas empresas familiares

Com muito interesse a comunidade empresarial, acionistas e sobretudo aqueles que já dependem ou dependerão dos Fundos de Pensão Previ (Banco do Brasil) e Petros (Petrobras) acompanham o embate entre os sócios da gigante e maior exportadora de frangos do mundo BRF, que nasceu da fusão da Sadia e Perdigão. A empresa amargou o maior prejuízo de sua história  no ano de 2017 e suas ações chegaram ao menor nível desde 2012.

Os dois fundos querem destituir Abilio Diniz, atual presidente do  Conselho  e seus homens de confiança de suas funções de conselheiros e gestores. Responsabilizam este grupo pelo fraco desempenho da BRF. Outros sócios, dentre os quais a Tarpon defendem a permanência do ex dono do Grupo Pão de Açúcar. Em resumo, os sócios terão que resolver o “imbróglio” em reuniões específicas e nomear novas pessoas que formarão o Conselho de Administração da BRF.

Apesar de soar bastante complicado, os sócios precisam seguir os Acordos Societários e as Regras da CVM (Comissão Valores Mobiliários) para colocar a casa em ordem nomeando novos Conselheiros e o Presidente do Conselho, o que em teoria não parece ser tão difícil assim. É uma questão de entendimento entre os sócios e observância das regras.

Vamos imaginar agora, que uma empresa de capital fechado, familiar por excelência, tenha que partir para a escolha de um profissional para o seu Conselho. Quem escolher e como escolher? Em geral, as escolhas recaem sobre amigos,  parentes ou profissionais liberais que prestam serviços para a Empresa. Os critérios são mais baseados em laços familiares e emocionais do que racionais.

Consequentemente a escolha não recairá em geral,  sobre pessoas com os conhecimentos necessários.  Como resultado teremos Conselhos atuando inadequadamente.

Vamos fazer um parênteses e voltar para a BRF. Existe a crítica de que foram escolhidas por Abilio Diniz pessoas sem o perfil e conhecimento necessário para exercer determinados cargos.

Um especialista da área financeira provavelmente não entenderá o suficiente sobre abate de animais. Seria a mesma coisa, numa empresa de capital fechado, convidar um amigo para ser conselheiro mas que não entende o suficiente sobre o negócio.

Na formação de Conselhos de Empresas de capital fechado / familiares, temos que ter, além da participação dos sócios,  profissionais que de uma ou outra forma têm conhecimentos ou afinidades com o negócio.

A contribuição destes conselheiros, na minha experiência, sempre trouxe excelentes resultados. Mas mesmo escolhendo um profissional que achamos que tenha o perfil adequado, podemos também correr o risco de colocar no Conselho a pessoa errada. De que forma?

Antes de se fazer a escolha de um profissional, é preciso definir quais os objetivos estratégicos ou qual é a visão estratégica dos sócios em relação a seus negócios. Tendo isto claramente definido, será muito mais fácil e eficiente recair sobre a escolha de um conselheiro que trará importantes sinergias para o Conselho. O conselheiro terá que contribuir para que a empresa atinja os seus objetivos de médio e longo prazos além de zelar pelo desempenho econômico, financeiro e operacional. Portanto não poderá ser qualquer pessoa.

A escolha de um Conselheiro Externo ou Independente deve seguir as regras definidas no Regimento Interno do Conselho ou os sócios precisam chegar a um consenso em torno da escolha.

De uma pequena empresa à uma gigante como a BRF, a nomeação de Conselheiros é um enorme desafio estratégico que merece atenção e dedicação para evitar problemas futuros.

Sobre Nós

O Dinheirama é o melhor portal de conteúdo para você que precisa aprender finanças, mas nunca teve facilidade com os números.  Saiba Mais

Mail Dinheirama

Faça parte da nossa rede “O Melhor do Dinheirama”

Redes Sociais

© 2023 Dinheirama. Todos os direitos reservados.

O Dinheirama preza a qualidade da informação e atesta a apuração de todo o conteúdo produzido por sua equipe, ressaltando, no entanto, que não faz qualquer tipo de recomendação de investimento, não se responsabilizando por perdas, danos (diretos, indiretos e incidentais), custos e lucros cessantes.

O portal www.dinheirama.com é de propriedade do Grupo Primo.