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A postura do Banco Central

por Alvaro Bandeira
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Acho que posso afirmar que na gestão Temer e Ilan Goldfajn, o Banco Central ampliou bastante sua credibilidade junto aos empresários e investidores. Com atuações previsíveis e na direção correta. Agregou grande clareza nos posicionamentos públicos de seu presidente e demais dirigentes, sempre que instados a falar sobre política monetária.

Tal postura certamente ajuda a explicar a convergência de opinião dos diferentes públicos que precisam avaliar a política monetária para tomadas de decisão na área econômica. Ajuda muito na formatação de expectativas, e essas expectativas acabam se realizando e explicando parte da queda de juros ao menor patamar histórico, com a Selic já em 6,50%, e possivelmente ainda mais baixa nos próximos meses.

A ata do Copom divulgada em 27 de março deixou mais claro que na reunião do início de maio o Copom pode voltar a reduzir a taxa básica para 6,25% e, muito provavelmente, ainda deixar a porta aberta para novas quedas. Pena que daqui para frente o Bacen estará quase sozinho no trabalho de ajustar a economia.

Congresso Nacional

Do Congresso Nacional não é de se esperar nenhuma aprovação de maior impacto no ajuste da economia, já que seus membros estarão completamente envolvidos em lidar com suas campanhas de reeleição ou em apoiar sucessores. Outros precisam da reeleição para manter o fórum privilegiado e não serem alcançados pela Lava Jato e seus desdobramentos. Alguns até descendo degraus na hierarquia do Legislativo para não correr riscos de não serem eleitos.

No Executivo, podemos ver movimentos também de paralisação. Vários ministros de Temer sairão a partir da próxima semana, incluindo o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Por mais que o secretariado possa ser competente, ainda assim a transição acaba sendo ruim e fica sendo quase de interinidade. É como se diz no futebol: “só para cumprir tabela”.

Na ata divulgada na semana, o Bacen faz menção a tudo isso quando indica que a aprovação de reformas é fundamental para sustentabilidade da inflação baixa e sugere que possa parar de reduzir juros ponderando os riscos externos e frustrações com reformas. Frustração essa que é de todos nós, pois perdemos precioso tempo para formatar a economia e deixar um bom legado para o novo presidente. Sem reformas vamos ter que acreditar que o próximo presidente estará afinado com isso e fará rapidamente os ajustes no início de seu governo. Mas será que isso é a expressão da verdade?

A melhora da economia

Bom, enquanto não conseguimos destrinchar se isso é verdade, a economia ainda vai melhorar e com ela alguns indicadores. Com juros menores (o custo médio da dívida estava em fevereiro em 10,01%), cai o pagamento de juros e a dívida bruta se expande com menor velocidade. Com PIB crescendo um pouco mais (algo próximo de 3,0%), melhora a relação dívida/PIB, e com isso a visão dos investidores sobre o Brasil. Com o país crescendo mais, melhoram os indicadores de produtividade e lucratividade das empresas e, por via de consequência, a precificação dos ativos brasileiros e retorno para os acionistas através de dividendos e juros sobre o capital.

Apesar de não contarmos com grandes transformações em 2018, o ano será mais positivo que o anterior, e isso parece sacramentado. Mas poderíamos ter avançado mais em reformas estruturantes. O problema segue sendo as dificuldades interpostas para 2019, com orçamento complicado e sem muitos meios de cumprir a tal regra de ouro, aliviada em 2018 por recursos devolvidos pelo BNDES. O próximo presidente não pode ser populista e terá que mostrar enorme agilidade para implementar reformas.

Essa é a grande aposta que teremos que fazer para que os mercados de risco sigam evoluindo e para que o mercado de capitais exerça seu papel de capitalizar empresas, distribuir investimentos de forma eficiente e alavancar o crescimento.

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